Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, as vendas online a nível nacional tiveram alta de 175% no mês de março – sendo o primeiro mês de isolamento – em comparação ao ano anterior. Um estudo da Nuvemshop mostra que os números são 3,5 vezes maiores que a principal data do varejo no Brasil, a Black Friday – indicando que o consumo online, via computador ou aplicativos, já se tornou um hábito.
Mesmo com o retorno gradual do comércio, um levantamento da Synapcom, feito em junho deste ano, destaca que o crescimento continua, principalmente no segmento de alimentos e bebidas, que cresceu 265% e, também o de casa e tecnologia, com alta de 171%, em comparação ao mesmo período em 2019.
Na avaliação de Gabriel Lima, CEO da Enext, empresa do grupo WPP focada em soluções para negócios digitais, o e-commerce está em uma posição privilegiada: “As vendas online estão em uma posição favorável para ajudar o comércio a superar esta crise, uma vez que o público não deixará de consumir, só irá mudar a forma como faz isso”, afirma. “Além disso, muitas pessoas que ainda tinham algum tipo de receio nas compras online e que começaram a comprar por causa da crise, passarão a adotar a multicanalidade com mais força. Um exemplo disso é o forte crescimento dos marketplaces”. Números do Mercado Livre mostram que 74,4% das buscas por produtos no meio online vem sendo realizadas por meio dos marketplaces e 25,6% por meio de outros buscadores.
Crescimento do e-commerce exige cuidados com a segurança cibernética
Com a grande movimentação do e-commerce, outro ponto tornou-se um alerta para os especialistas: o aumento do cibercrime direcionado aos consumidores. Segundo Denis Riviello, head de Cibersegurança da Compugraf: “Quanto maior a procura no universo virtual, maior o número de fraudes e ataques, por isso, a preocupação com a segurança no meio digital deve ser redobrada dos dois lados: consumidores e varejistas”.
No momento da realização da compra online, o cliente deve analisar pontos que podem ser fatores decisivos para que a transação seja segura. “Estar ciente que o seu dispositivo está com o software do sistema operacional e de proteção (como o antivírus) atualizado é essencial para evitar fraudes ou qualquer outra ameaça, além de observar se o site faz o uso de selos de segurança. Se o usuário ainda ficar com dúvidas, pode optar por buscar por comentários de outros consumidores na internet e nas redes sociais da loja de interesse ou até mesmo consultar o site Monitor das Fraudes, onde são emitidos alertas sobre as maiores fraudes ocorridas ultimamente”, comenta Riviello.
Com o e-commerce/lojista não é diferente. Ele deve seguir normas para que passe segurança e tranquilidade aos clientes. “Antes de mais nada, a preocupação em desenvolver um site seguro com certificado de HTTPS deve ser prioritária. Além disso, utilizar uma proteção WAF (Web Application Firewall), ou seja, uma camada de proteção que fica entre seu site e o tráfego que ele recebe da Internet, optando também por proteções como o Firewall, responsável por bloquear qualquer tentativa de acesso ao destino sem a devida autorização”, completa o especialista.
Dúvida ainda muito comum, mesmo aos adeptos das compras online, e principalmente aos que fazem isso pela primeira vez, é referente a forma mais segura de realizar os pagamentos: “Atualmente, continua sendo o cartão de crédito. Mas também como uma opção muito interessante e consideravelmente nova no mercado, são os aplicativos de “Carteira Digital”, como o Paypal, PicPay e similares. Se o usuário tiver algum problema com a compra, ele pode contatar a empresa responsável pelo pagamento que possui recursos para minimizar o problema. Como um plus na segurança das compras, o consumidor pode optar pelas notificações via SMS em seu dispositivo móvel, facilitando o controle das transações realizadas em seu cartão de crédito”, finaliza Denis Riviello.