O que define uma startup? Nas palavras de Paul Graham, fundador da renomada aceleradora Y-Combinator, “Startup” é igual a “Crescimento”. Ou seja, é uma companhia projetada para crescer rápido como um hospital chinês em uma pandemia. Tudo precisa se mover rápido em uma startup.
Mas Elon Musk costuma nos lembrar que não basta que as partes da empresa tenham velocidade. É preciso que os vetores estejam alinhados. Imagine dois foguetes da SpaceX amarrados, mas disparando seus motores em direções opostas. Eles têm potência, mas estão fadados ao fracasso pois não se movem para o mesmo objetivo.
Nos últimos meses, os avanços da inteligência artificial redefiniram o conceito de rápido. se rápido fosse um idioma que nós founders estamos nos empenhando para decifrar na nossa jornada, a AI já seria fluente. Por isso sua startup não pode ignorar as capacidades dessa tecnologia. A pergunta não é ‘Por que adotar AI?’ mas ‘Podemos nos dar ao luxo de não adotar AI?’
Formas de usar AI na sua startup
O primeiro passo para embarcar no trem da IA é pensar como ela pode dar um ‘upgrade’ na sua operação. Com a AI, seus devs entregam mais rápido, seu time de marketing cria campanhas matadoras em menos tempo, e seu atendimento fica mais ágil sem soar como um robô. Além disso você tem capacidade de gerar insights a partir de dados como se tivesse um analista de dados fera e e rápido como um androide.
Segundo, não durma no ponto do produto. A AI está permitindo que produtos façam coisas hoje que eram ficção científica no ano passado. Se seus concorrentes pegarem essa onda e você não, é game over, amigo. Você corre o risco de tornar seu produto ‘tão 2022’, enquanto o mundo avança sem você.
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Em resumo, sem você não está usando AI no dia a dia da operação e incorporando ao produto sua startup não está crescendo tão rápido quanto poderia.
Andando mais rápido com AI, na prática
Então, você quer acelerar o ritmo da sua startup? Deixe a AI assumir o papel de co-piloto da sua equipe. Começando pelo seu time de desenvolvimento: sabia que equipes armadas com uma ferramenta como o Github Copilot têm uma produtividade 55% maior? É um dado que faz qualquer fundador ficar com olhos marejados.
Mas prepare-se para encarar alguma resistência, especialmente se sua equipe ainda não abraçou a AI. É natural para qualquer profissional cujo trabalho envolve criar algo, se sentir ameaçado pela intervenção da máquina no seu processo criativo. A possibilidade de que ela possa fazer isso melhor que nós é assustadora, mas a verdade é que ela vai fazer de nós melhores.
Então para fazer acontecer, contrate um Copilot e peça para seus devs testarem e te explicarem como funciona. Especialmente se você é um founder que não coda, essa é uma boa forma de engajá-los, mesmo que a motivação seja para te mostrar que “o negócio não funciona”. Mesmo os mais céticos na sua equipe vão se surpreender.
Mas esse potencial não se restringe ao time de desenvolvimento. Seja usando soluções genéricas como ChatGPT e Bard, seja com a aplicações específicas (IAs de atendimento e suporte, ferramentas AI-powered para copyright etc.) outros vários profissionais da sua startup podem se beneficiar de ganho de performance e qualidade.
PMs podem escrever histórias mais completas e precisas, o time de marketing lançar campanhas matadoras e o de atendimento multiplicar a sua capacidade sem aumentar de tamanho. Todos eles podem apresentar o mesmo tipo de resistência e a melhor abordagem que você pode propor é a de experimentar para aprendermos o que ela pode fazer.
Entenda como incorporar IA na sua solução
Quando o tema é incorporar IA na solução que sua startup entrega para o cliente, no entanto, não dá para só sair abrindo cards com todas as idéias que surgirem para o time desenvolver. Cabe dar dois passos para trás e ter uma reflexão estratégica. A evolução recente da IA pode mudar totalmente o paradigma do problema que sua startup resolve? Ou só dá para imaginar aplicações que gerem melhorias incrementais?
Como saber? Faça um exercício mental: se você fosse fundar sua startup hoje para resolver o mesmo problema, mas com todo o ferramental de IA disponível hoje, a solução seria totalmente diferente? Se a resposta é sim, melhor começar a trabalhar nessa nova startup agora mesmo.
Na minha startup, a Pannacotta, passamos por isso recentemente e o resultado foi que desligamos o que tínhamos construído até agora e reinventamos uma empresa muito melhor. No final do artigo conto um pouco mais.
Se a resposta é ‘não’, o próximo passo é identificar quais aspectos do seu produto poderiam ser significativamente aprimorados com a ajuda da IA.
Alguns exemplos que provavelmente fazem sentido para o seu produto:
Personalização: Imagine o conteúdo do seu produto (ex.: um feed de notícias ou um catálogo de produtos) adaptando-se em tempo real ao comportamento e preferências do usuário.
Interfaces de Linguagem Natural: Atendimento ao cliente ou consultas de dados por meio de chat ou voz, tornando a interação tão fluida quanto uma conversa humana.
Criação de conteúdo pelo usuário: Seu usuário tem esforço de cadastro de informações e preenchimento de conteúdo que podem ser gerados por IA? Que tal reduzir atrito e tornar a experiência muito melhor?
Desafios Técnicos e Psicológicos
Agora que já exploramos as inúmeras possibilidades que a IA pode trazer para o seu produto, é hora de falar sobre os desafios práticos e intangíveis. A implementação da IA não é uma tarefa que recai apenas sobre os ombros do time técnico; é um esforço colaborativo que precisa abranger diversas competências da sua startup.
Integração Técnica: Este é o primeiro passo e, frequentemente, é tratado como o único. Longe disso. Competências de produto e UX são essenciais para fazer a IA entregar uma boa experiência.
Engenharia de Prompt: Quando o assunto é integração de LLMs (Large Language Models, como ChatGPT e Bard), bons prompts são cruciais para a experiência do usuário. Mas não existe profissional com 5 anos de estrada nisso. Esse certamente será um gap de competência para sua startup. E ele pode ser melhor preenchido pelos seus times de produto e UX, mais habilitados para construir uma boa experiência.
Resistência: Embora não haja nada de muito tech na engenharia de prompt, esse é um papel que pode ser recebido com resistência por times técnicos e não técnicos. O time de desenvolvimento pode achar trivial e não dar tanta atenção à experiência resultante. Já os times de produto e UX podem achar técnico demais. Isso vai fazer com que a disciplina fique sem pai e a experiência entregue seja ruim. O responsável ideal não pode ter medo de aprender e ter uma grande preocupação com a UX. Defina um e seja exigente com o resultado.
Falta de Agilidade: A tentativa e erro é essencial para gerar bons prompts e se eles estão hard coded no seu código, vai ser difícil para um não desenvolvedor iterar até chegar em um bom resultado. Faça com que os times de produto e tech achem uma solução para este impasse.
Alinhando os Vetores com IA
Até agora, debatemos extensivamente sobre como dar velocidade à sua startup com a incorporação da IA. Mas, e o alinhamento estratégico? Como garantir que todos os vetores da sua empresa estão alinhados?
A resposta para isso é a missão da Pannacotta, minha startup: conectar intenção e ação. Entendemos que, além da velocidade, o verdadeiro alinhamento exige uma comunicação eficaz da estratégia, seu desdobramento em ações concretas e acompanhamento de perto delas. Isso costuma drenar recursos significativos dos founders e de todas as camadas de gestão.
Então, perguntamos: por que não criar um co-founder virtual que pudesse gerenciar essa complexidade de maneira “infinitamente empática e paciente”? É exatamente isso que a Pannacotta faz. Nossa IA não apenas entende a estratégia da sua startup, mas também interage com o seu time de forma conversacional para transformar essa estratégia em ações e motivar a sua execução com foco. Estamos expandindo nosso Beta e se inscreva sua startup em breve poderá experimentar.
Conclusão: IA Redefinindo o Conceito de Startup
A IA não é mais uma opção, é uma necessidade estratégica. Startups que ignoram isso estarão condenadas à irrelevância. Em um mundo onde a IA define os vencedores e perdedores, a pergunta não é se você vai adotar a IA, mas quando e como.
Primeiro, questione se e como a IA redefine o cerne do seu negócio. Segundo, integre-a tanto no produto quanto na operação. Terceiro, use a IA para alinhar estratégia e ação em todos os níveis da organização. Não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’ e ‘como’. O futuro já está aqui. Você está a bordo?
Confira um panorama sobre o artigo na voz do autor:
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