A Black Friday ficou conhecida pelos grandes descontos oferecidos por lojas físicas e digitais. Criada nos Estados Unidos e realizada sempre na última sexta-feira de novembro, a campanha ganhou força e adesão no Brasil nos últimos anos. Mas além das promoções, a data também costuma atrair criminosos que aproveitam a oportunidade para tentar aplicar golpes, especialmente em compras on-line. Tomando alguns cuidados básicos, os consumidores podem dificultar bastante a atuação dos golpistas.
“A maioria dos golpes explora a fragilidade das vítimas. Os criminosos tentam manipular ou enganar as pessoas com mensagens falsas ou promoções supervantajosas. Por isso, é fundamental que todos nós fiquemos atentos e adotemos alguns cuidados simples, mas suficientes para evitar grande parte dos golpes existentes atualmente”, afirma Anchises Moraes, especialista em cibersegurança do C6 Bank.
Para evitar ter dor de cabeça ou acabar saindo no prejuízo, a primeira recomendação do especialista é ficar atento a falsas promoções que aparecem nessa época do ano. Os criminosos costumam criar sites falsos, às vezes até copiando o layout de lojas conhecidas, e oferecer descontos agressivos para atrair a atenção dos usuários. A dica é checar se o link do site em que está comprando corresponde ao endereço eletrônico oficial da loja em questão e desconfiar se encontrar um item por um valor muito abaixo do praticado no restante do mercado.
Os consumidores podem usar sites comparadores de preço ou fazer uma rápida busca pelo nome da loja na internet ou em sites que reúnem reclamações dos clientes para conferir a legitimidade e a reputação da loja em que pretendem comprar. Além disso, para minimizar o risco de ter seus dados roubados, também é recomendável priorizar sempre a rede do próprio celular ou o Wi-Fi da própria casa em vez de redes de Wi-Fi públicas ou suspeitas.
Já na hora de realizar o pagamento das compras on-line, o especialista do C6 Bank recomenda que os consumidores utilizem o cartão de crédito virtual. Segundo uma pesquisa C6 Bank/Ipec Inteligência, apenas 29% das pessoas relatam usar o cartão de crédito virtual sempre que fazem compras on-line, mas essa modalidade de pagamento oferece mais segurança aos clientes, além de praticidade.
“A grande vantagem do cartão virtual é que ele tem um código de verificação dinâmico. Na prática, é como se aqueles três números escritos na parte de trás do seu cartão físico mudassem frequentemente. Isso significa que, se os dados do seu cartão virtual forem roubados, é mais difícil para o criminoso conseguir reutilizá-lo em comparação com o cartão de plástico. Além disso, por ser virtual, é mais fácil para você bloquear ou cancelar aquele cartão, emitir um novo e continuar as compras”, explica Moraes.
A camada extra de segurança do cartão virtual, no entanto, não elimina a necessidade de avisar o banco e bloquear o cartão o mais rápido possível caso o cliente note uma operação suspeita. “No C6 Bank, o cliente recebe uma notificação a cada nova compra realizada com o cartão, seja ele físico ou virtual. Então, caso ele não reconheça a compra notificada, basta acessar o aplicativo, bloquear o cartão na hora e entrar em contato com o banco para dizer o que aconteceu”, afirma.
Mas se o consumidor optar por realizar o pagamento via boleto bancário ou Pix, também existem formas de se prevenir de golpes. No caso do Pix, o consumidor deve ter sempre o cuidado de validar as informações do destinatário antes de confirmar a transferência. Ao informar a chave Pix e o valor da transação, é possível visualizar os dados do titular da conta de destino. Nesse momento, o cliente pode verificar se a conta realmente pertence à devida loja ou não. Caso esteja comprando em uma grande rede varejista, por exemplo, e apareçam os dados da conta corrente de uma pessoa física, o consumidor deve desconfiar.
Já se o pagamento for realizado no boleto, o cliente pode checar dados como CPF ou CNPJ do emissor, data de vencimento e valor e descobrir se as informações são verdadeiras ou não. Isso é possível porque todos os boletos precisam ser registrados com informações do emissor e do pagador antes de serem gerados. Umas das formas de fazer essa checagem é por meio dos dígitos do código de barras do boleto. Os primeiros dígitos, por exemplo, sempre remetem ao banco pelo qual ele foi emitido. Já os últimos dígitos, devem ser sempre iguais ao valor que será pago.
“No caso de um boleto emitido pelo C6 Bank no valor de R$ 250, por exemplo, o código do boleto deve começar com 336, que é o código de transferência do C6 Bank, e terminar com 25000, que é o valor do boleto, incluindo os centavos. Se for algo diferente disso, o consumidor deve suspeitar e questionar o emissor”, explica Moraes.
Para conferir o código bancário de todos os bancos cadastrados na Febraban, basta acessar o site da entidade. Já para consultar de quem é o CNPJ registrado no boleto bancário, o consumidor pode acessar o site da Receita Federal.