* Por Roberto Rocha
O avanço da pandemia do coronavírus alterou a rotina de pessoas e empresas em quase todos os países e traz muita apreensão. No Brasil, o governo está se ajustando a esse novo cenário, criando mecanismos para que a economia sofra o menor dano possível, e as empresas estão se adequando a novas formas de trabalho, enfrentando desafios em manter uma rotina entre seus colaboradores e a produtividade.
Neste artigo vamos mostrar como a pandemia do coronavírus alterou as formas de trabalho no Brasil e como isso pode afetar a sua empresa caso não tome medidas preventivas.
Pessoas em primeiro lugar
Desde que foi declarada oficialmente uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a covid-19 tem deixado os países em alerta máximo. Isto porque a doença apresenta um alto grau de transmissão entre as pessoas.
Portanto, o foco na saúde das pessoas passou a ser prioridade para impedir que a doença avance ainda mais. Diante de um cenário tão caótico, o governo se viu obrigado a tomar iniciativas drásticas de contenção, além de criar medidas provisórias para flexibilizar as leis trabalhistas e tributárias.
Com isso, as formas de trabalho no país mudaram radicalmente, obrigando as empresas a se adequarem, para se manterem funcionando e não fecharem as portas.
Home Office
Uma das medidas que mais mudou a rotina dos trabalhadores foi a adoção do home office, para mitigar os riscos das pessoas se contaminarem. E este foi um grande desafio, pois a maioria das empresas não trabalhava desta forma, nem seus colaboradores estavam acostumados com tal rotina. Adaptar-se à nova rotina é difícil, pois é preciso muita disciplina e organização para separar o que é trabalho de assuntos domésticos.
Os meios de comunicação online entre as equipes se tornou essencial, para manter a produtividade e o negócio andando. São e-mails, teleconferências e videochamadas, enfim, todas as ferramentas possíveis que a internet possibilita usar para driblar esse momento de reclusão.
Aquelas empresas que não podem dispor da equipe trabalhando em suas casas, têm adotado medidas preventivas, como higienização constante do local de trabalho, reuniões somente por vídeo ou telefone, sejam internas ou externas, e orientações sobre como se prevenir da doença.
Férias
A flexibilização das leis trabalhistas ajudaram muitas companhias a adotarem suas medidas de contenção, especialmente aquelas que não podem enviar seus funcionários para trabalhar em home office, como é o caso de indústrias e comércio.
Estas adotaram as férias coletivas para manter os colaboradores em casa, e puderam fazer isso sem a necessidade de acordo coletivo, apenas precisaram avisar as pessoas com 48 horas de antecedência.
Porém, o governo estipulou que, aqueles que estão nos grupos de risco, devem ter prioridade para entrarem nesse regime de férias.
Banco de horas
O uso do banco de horas foi outra flexibilização importante. Assim, o empresário pode parar suas atividades e manter seus colaboradores em casa, recebendo salário e estabelecendo um regime compensatório após o período de quarentena.
Essa compensação será feita por meio de banco de horas, acordado individualmente, em que o colaborador poderá pagar as horas em um período de até 18 meses, aumentando em até duas horas sua jornada, mas nunca ultrapassando 10 horas no total diário.
O isolamento e o mercado
A quarentena imposta pela pandemia alterou também a maneira como o consumidor interage com o mercado. Com todos em casa, as pessoas mudaram a forma de adquirir produtos e serviços. Com isso, alguns segmentos aumentaram sua demanda, e outros nem tanto.
Aqueles que trabalham com alimentação estão crescendo as entregas delivery, permitindo que seus clientes mantenham o consumo de seus produtos, e os canais digitais de assinatura estão ampliando a clientela.
Dessa forma, as vendas online estão aumentando gradativamente, em todos os tipos de negócios, e quem ainda não tem um canal online de vendas deve repensar sua estratégia.
É importante repensar a estratégia de negócios porque não foram somente as formas de trabalho que mudaram, mas, também, como as pessoas se relacionam com as marcas e como fazem as compras.
Planejamento
Apesar do coronavírus, o mundo continua vivo e todos ainda têm tarefas e problemas para serem resolvidos. Neste momento de crise, empresas que continuam ativas e estão focadas em fazer o marketing online, publicando conteúdos positivos e informações relevantes, geram uma repercussão entre seus clientes e reforçam a marca.
O planejamento de marketing deve levar em conta como essa pandemia irá impactar a economia do país. É preciso analisar todo o processo de trabalho, para que possa tomar as medidas necessárias, caso o cenário fique ainda mais crítico.
Nota-se o aumento nas compras pela internet e as empresas precisam ficar atentas, pois a demanda de um e-commerce, por exemplo, vai além do mundo digital, já que a mercadoria precisa ser embalada e postada para o cliente.
Os lojistas que estão sofrendo mais com essa situação precisam se reinventar rápido. Alguns já criaram catálogos online e sites para os clientes comprarem, por exemplo.
Contornando a crise
O impacto na economia será grande e afetará de formas diferentes as grandes e pequenas empresas. As de grande porte costumam ter um caixa para situações emergenciais, como a que estamos vivendo. Porém, o mesmo não acontece com as pequenas e médias, que possuem pouco lastro para manter suas atividades. Essas precisam pensar em algo para que os negócios não afundem, equilibrando a preocupação com seu pessoal e a saúde da empresa.
Assim, algumas PMEs estão incluindo estratégias digitais para manter seus negócios vivos, em busca de soluções que impeçam que os resultados se tornem negativos e, ao mesmo tempo, tentar fortalecer sua marca para o período pós-quarentena.
O marketing digital é a ferramenta que se deve focar de forma constante nesse momento, aproveitando que os consumidores só tem o meio online para comprar produtos e serviços.
Quando a crise passar, quem se posicionou com ações responsáveis e criou conteúdos interessantes para o seu público, estará na frente para ser lembrado pelos consumidores na hora deles comprarem novamente.
Algumas empresas estão ativas e pensando nessas estratégias, como é o caso da Magazine Luiza, que vem oferecendo frete grátis para os produtos que ajudam na prevenção do covid-19, e várias instituições de ensino que liberaram o acesso a uma lista de cursos online de seus portfólios.
Essa forma de agir, ajudando as pessoas nesse período crítico, pode trazer resultados positivos nas pesquisas orgânicas, já que as pessoas estão mais conectadas e tendem a compartilhar as experiências positivas que tiveram com as marcas consumidas.
Conclusão
A pandemia do coronavírus mudou o mundo de uma maneira que ninguém imaginaria, levando as empresas a buscarem alternativas na forma de trabalho e os governos a serem mais flexíveis nas leis trabalhistas. Todos estão se adequando como podem para enfrentar essa crise.
Em geral, as empresas estão mantendo seu público informado sobre o que está acontecendo e tentando criar estratégias para não perder clientes e manter o negócio funcionando.
Quando a crise passar, as que foram mais responsáveis e conseguiram cativar seu público com ações diferenciadas e inteligentes sairão na frente da concorrência, pois serão lembradas como marcas que fizeram a diferença em um período de crise.
Roberto Rocha é CMO da leadlovers, plataforma completa de automação do marketing digital.