Inteligência coletiva é uma tendência apontada pelo pensador Pierre Lévy já faz um tempo (mais precisamente no livro “Cibercultura”, de 1998). Agora, vêm surgindo aplicações bacanas que envolvem o engajamento coletivo em informações de relevância social – o crowdsourcing.
Uma delas, certamente, é o Cidadera, cuja intenção é mapear, de maneira colaborativa, os problemas urbanos das cidades. “Qualquer cidadão pode abrir reclamações de problemas como por exemplo buraco na rua, mato alto e vazamento de água usando nossos aplicativos para Android, iOS ou pelo nosso site. Além de reportar novos problemas, as pessoas podem protestar problemas já reportados por outros usuários que também as incomodam, mostrando assim quais problemas afetam mais pessoas”, segundo me explicou o cofundador Victor Morandini Stabile.
Reproduzo abaixo a plataforma Cidadera em São Paulo (se você quiser conferir o original, basta clicar aqui).
Ele também me contou que em apenas um mês de existência já foram reportados acima de mil problemas e quase 3.500 protestos em mais de 150 cidades. “Várias prefeituras demonstraram interesse e agora nosso foco é criar um canal direto entre eles e os cidadãos, para que as reclamações sejam respondidas e resolvidas o mais rápido possível”, relata ele.
“Enquanto isso, temos ONGs parceiras que estão fazendo essa ponte entre o Cidadera e as prefeituras, monitorando as reclamações da nossa plataforma para que sejam protocoladas formalmente.”
Já deu para sacar que existe um cunho social forte, certo? Como, então, rentabilizar a plataforma? Stabile responde: “Oferecendo serviços e produtos adicionais para as prefeituras, como ferramentas de gestão, comunicação e informação. Também buscamos apoio de iniciativas privadas que acreditam no nosso trabalho”.
“Valorizamos muito a simplicidade de uso e em trazer resultados para a população. Além do relacionamento direto que estamos construindo com as prefeituras, acreditamos que a maior transparência e informação em relação aos problemas urbanos irá criar uma pressão política positiva para a melhoria das cidades”, diz ele. “Logo, poderemos medir objetivamente o desempenho de diferentes gestões municipais, como por exemplo o tempo médio para se resolver cada tipo de problema, e comparar estas estatísticas com outras cidades.”
Além de Stabile, o outro fundador é o Thiago Christof. Eles são investidos e incubados na Sanca Ventures, uma venture builder de São Carlos.