No Brasil, há a máxima de que o ano só começa após o Carnaval. Agora, sem novos feriados prolongados e com as folias chegando ao fim, as empresas precisam avaliar os erros e acertos de 2023 para dar novos passos certeiros em 2024.
Especialistas estão otimistas para o novo ano, especialmente após o segundo semestre. A projeção do PIB (Produto Interno Bruto) pelo Copom confirma os pressentimentos: o crescimento esperado para este ano é de 1,6% , com alguns economistas apontando chances de chegar a 2%.
Mas o que será que os executivos realmente pensam sobre o mercado atual? Para entender a visão deles, o Startupi entrevistou seis executivos C-Level de empresas como banco BV, Wayra Brasil (CVC da Vivo), Eventin, Cielo e outros.
Wana Schulze, Head of Investment & Portfolio da Wayra e Vivo Ventures (Vivo/Telefónica)
Para Wana Schulze, Head of Investment & Portfolio da Wayra e Vivo Ventures, 2024 será mais otimista, especialmente para o ecossistema de startups, após um 2023 difícil para o mercado, por conta da alta taxa de juros na economia e do Venture Capital e Private Equity mais conservadores. O mercado está se recuperando aos poucos, e em 2024 após o Carnaval, principalmente no segundo semestre, acontecerão mais deals.
“Muitas startups fecharam as operações por falta de funding e outras acabaram se consolidando com M&As para continuarem operando, no entanto, vejo uma resiliência em empreendedores que fizeram boas gestões de caixa, com disciplina financeira. Muitos conseguiram focar no que realmente importa: desenvolvimento de produtos e teste aos clientes, para construir produtos e soluções que tenham market fit”, acredita Wana.
Ricardo Sanfelice, diretor executivo de Clientes, Produtos e Inovação do banco BV
“O ano passado ficou marcado por ser um dos mais complexos na última década para o ecossistema de startups, principalmente devido à restrição de capital a ser investido. Com isso, os investidores naturalmente priorizaram teses mais consolidadas e com foco em crescimento sustentável, com modelos mais claros de monetização”, explica Ricardo.
Para o executivo, em 2024, será preciso se provar antes de apostar em tendências para crescer e tracionar ou escalar qualquer negócio. Embora as perspectivas sejam mais positivas, Ricardo afirma que ainda será visto uma certa cautela do mercado, devido às incertezas macroeconômicas, é preciso preparar um pitch claro, com os valores da startup expostos e construir um time de qualidade.
Teo Figueiredo, CEO da OMO Lavanderia
O ano de 2023 foi marcado por complexidade, incerteza e volatilidade, mas também por oportunidades para quem soube se reinventar e inovar. Mesmo com o patamar de juros elevados e um alto custo de capital, foi possível trazer para rede novos franqueados que apostaram no modelo de negócio da OMO Lavanderia. Outro exemplo relevante foi a aceleração do modelo das lojas Self Service da marca, um modelo inovador, apoiado e fundamentado em tecnologia que é hoje o segmento com maior crescimento dentro do universo de lavanderias.
“Para 2024, a minha lição é: não tenha medo de mudar. O mundo está em constante evolução, e nós precisamos estar preparados para as mudanças. Isso passa por transformações do negócio, mas também das pessoas. Por isso considero tão importante a constante capacitação dos empreendedores e dos times”, avalia.
Patrícia Coimbra, Vice-presidente de Gente, Gestão e Performance da Cielo
Diante dos desafios enfrentados ao longo deste ano, Patrícia Coimbra, Vice-presidente de Gente, Gestão e Performance da Cielo, destaca a importância da empatia assertiva para a cultura empresarial e a relação com os clientes para 2024.
Ela reforça o papel das Soft Skills na criação das diretrizes e engajamento entre as pessoas nas organizações. Para ela, a empatia assertiva é um fator determinante. É necessário entender que ninguém entrega nada sozinho e tudo que fazemos impacta outra pessoa. “Para 2024, o aprendizado que fica é cultivar um ambiente colaborativo, com uma estrutura acolhedora, porque se a gente não tem essas capacidades dentro da empresa, a gente não vai conseguir gerar o valor necessário para o nosso cliente”, comenta Patrícia.
“Fica cada dia mais claro a interconectividade de todas as nossas ações, e que, o efeito do que fazemos dentro da empresa influencia diretamente o desenvolvimento do nosso entorno com impacto em nossos stakeholders. Quando falamos de ESG, naturalmente pensamos nas práticas ambientais, sociais de governança que estão integradas ao nosso negócio e quando olhamos para 2024, vislumbramos novas atitudes, acelerando e impulsionando o impacto que é esperado por nós juntos com a sociedade, em especial quando pensamos em empreendedorismo, diversidade, educação e inclusão socioprodutiva”, completa.
Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.