O café já foi um produto muito mais importante na economia do Brasil. Pra quem é mais novinho e não lembra (ou pra quem é mais velhinho e já esqueceu da professora de História), o Brasil viveu um período apelidado de “política do café com leite” (ou “república do café com leite”) na trânsição para o Século XX porque sofria forte influência do setor agrário, especialmente dos empresários de Minas Gerais (que era forte na produção de leite) e de São Paulo (forte no café). Os poderosos dos dois lados viviam se alternando na liderança do país. O grão milenar, que nasce carnoso e, depois de seco e moído, dá um chá energizante conhecido por ser estimulante. Passa a fita pra frente. Quem não sabe o que é passar fita pra frente, vá estudar a Arqueologia da Tecnologia.
O cantinho do café ainda é um dos preferidos nas empresas, porque permite um momento tanto de “respiro” entre atividades, quanto um momento de recarregar as energias, quanto um momento de trocar aquela ideia com os camaradas. Ingrediente da rádio-peão, é também um companheiro de madrugadas solitárias de programadores e tudo que é geek desregulado profissional workaholic. Inspirador, o “petrolinho vegetal” que só move pessoas também é figurante nos retratos de poetas, escritores, jornalistas, artistas, intelectuais e quetais. O café também é a alma (bem, tem aquela fumacinha) de alguns dos lugares mais badalados que hoje são frequentados por gente criativa: botecos (né?) e cafeterias.
Ainda hoje, o café, mesmo sendo commodity (tem seu preço definido em bolsa de valores, não pelo produtor), inspirou produtos que conquistaram nossos corações (e prêmios de design) e reinventaram indústrias e rituais da vida moderna (receber amigos em casa ou clientes na empresa agora costuma incluir doses de espresso preparados com cápsulas coloridinhas em belezuras portáteis).
Pra quem gosta demais
Se você for um grande apreciador do líquido aromático que instiga o âmago, e tiver dificuldades pra dormir, além de ter também um iPhone, pode usar o UP Coffee, aplicativo de celular produzido para acompanhar a pulseira da Jawbone – e também pode ser usado gratuitamente sem a pulseira.
Ele pede sua altura e peso, nível de sensibilidade e horário em que pretende dormir, e ao longo do dia você vai informando quanto café bebeu e pode visualizar quanto você ainda pode beber – ou até que horas você ainda pode beber.
Pra quem quer emular o “clima”
Acho feio dizer “simular”. Se você não for (um grande apreciador do líquido aromático que instiga o âmago) mas gostaria de estimular a criatividade de um ambiente de cafeteria (talvez um grauzinho a mais do que um coworking), você pode instalar em seus telemóveis espertos (e computadores) o Coffeetivity, que dá umas opções de “ruído de fundo” simulando cafeteria. Dá pra ouvir várias opções no site.
A tese é: ser criativo em total silêncio é mais difícil, enquanto um ambiente de trabalho animadão pode ser distração, então a mistura de calma e “barulho de gente” pode ser um mix perfeito. Pra mim, serviu direitinho pra escrever este post enquanto não tem ninguém no escritório e enquanto músicas não me apetecem (tem hora que sim, em ambos casos). Gostei, quero mais!
Conclusão
Vem aqui tomar um café que eu te falo!. É da hora ficar ligadão, mas não é bacana perder o sono. Empreendedores e desenvolvedores tem tantas preocupações mas sabem que a parada é ser worklover, não workaholic. Eletrizar tem hora e também é uma questão de bom gosto. Se liga aí, ligadão!
Muito obrigado ao André Sato pela maquininha, ao Eric Hayashi pela dica do Coffeetivity, ao Pedro Katchborian pela dica do UP Coffee e aquele abraço pra todo mundo que planta, colhe, seca, torra, mói, embala, entrega, vende, bebe e oferece caféééé!
Lembrem, crianças: o café é uma droga e pode causar efeitos colaterais indesejados e danosos!
Quanto ao leite
Os mineiros que me perdoem, mas o outro app de consumo que a galera usa é para trackear os goles de água.
Ou, pros que curtem mais a linha alcoólica
Tem vários apps pra ajudar bêbado a não postar em redes sociais, a não ficarem bêbados e até app social que só permite participar da chavecação mobile quem atingir um certo grau de pé na jaca. Bem, quem tá afim disso, vai procurar.
Oi, tem coffeetivity? Ah, então me dá um espresso mesmo!