Neste domingo, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foram questionados sobre as suas propostas para resolver a defasagem educacional agravada pela pandemia. Bolsonaro sugeriu o uso do GraphoGame, aplicativo para alfabetização das crianças, lançado em novembro de 2020 pelo Ministério da Educação (MEC).
O aplicativo foi desenvolvido por uma universidade da Finlândia e servia, inicialmente, para ajudar crianças com dislexia. Depois ele foi adaptado para auxiliar na alfabetização de estudantes com idades entre 4 e 9 anos. O conteúdo foi adaptado para o português antes de ser lançado no Brasil.
O app funciona como uma ferramenta para auxiliar os estudantes da pré-escola e dos anos iniciais do ensino fundamental a assimilarem o som às letras e sílabas escritas, dentro de uma dinâmica de jogo baseada em evidências científicas.
O aplicativo faz parte do Programa Tempo de Aprender, da Secretaria de Alfabetização (Sealf) do Ministério da Educação, e já teve mais de 1,6 milhão de downloads. “O jogo é especialmente eficaz para crianças que estão aprendendo as relações entre letras e sons. Tudo isso sem anúncios e totalmente off-line!”, diz o site do aplicativo.
Dividido em 57 sequências com diversas fases, o Graphogame combina duas fases. A primeira chamado Estrelas, é dedicado exclusivamente ao uso escolar. Já o segundo, o Mapa da Aventura, dá a oportunidade de a criança jogar de maneira livre. O início do desafio lida com as vogais e evolui para outras etapas, conforme a dificuldade da criança, que começa com 0 pontos e à medida que acerta as questões adquire moedas que poderão ser utilizadas em lojinhas virtuais para customizar seu personagem.
Como utilizar
O aplicativo GraphoGame está disponível gratuitamente para ser baixado em aparelhos com os sistemas Android, IOS e Microsoft. Ao abrir o jogo, ele ofertará à criança a alternativa de especificar seu nome para montar o avatar, escolhendo as cores da pele, do cabelo e das roupas. Pronto, a criança já pode começar a se divertir em uma série de aventuras virtuais.
Na versão mais atual do software, destacam-se as novas sequências com acréscimo de palavras e frases mais complexas, elementos culturais, mapa interativo 3D, relatórios de aprendizagem detalhados para professores e pais, e o suporte individualizado aos usuários.
Segundo o MEC, o aplicativo apresenta uma dinâmica de jogo baseada em evidências científicas, a fim de desenvolver, por exemplo, a ortografia e as habilidades de leitura.
“Eu acho que sem sombra de dúvidas a gamificação do aprendizado é uma tendência que o Governo se alinha ao propor um aplicativo que trabalhe com a questão da alfabetização de uma maneira intuitiva. No entanto, essa inovação e utilização do aplicativo precisa estar alinhada com outras questões”, explica Rodrigo Reis, diretor executivo do Instituto Global Attitude.
“O Governo recentemente votou contrário a implementação de wifi nas escolas, a gente sabe que nem todas as escolas têm uma estrutura de computadores ou tablets para poder usar esse tipo de plataforma ou aplicativo, então é necessário existir uma consonância, um alinhamento com as políticas públicas, para que efetivamente um aplicativo como esse possa ter eficiência e ser algo que realmente adicione e engrandeça a capacidade de milhões de meninas e meninos de aprender e se alfabetizar”, complementa sobre o assunto.