Eu penso, eu existo. Eu penso, eu faço. Versão 3.0: eu penso, o robô faz! Bem-vindo à era das neurociências, das neurotecnologias e das neurostartups!
As neurociências são um campo em franco desenvolvimento; avança a passos largos, exponenciais. O mesmo irá acontecer com as neurotecnologias. Do que se trata? De um conjunto amplo de tecnologias (sensores, computação, comunicação, imagens, armazenamento de dados etc.) que tem aplicações em várias áreas: medicina (diagnóstico, tratamento e recuperação – através de próteses, por exemplo), games, educação, marketing etc.
No Brasil ainda temos poucos negócios baseados em neurociências e neurotecnologia. Pessoalmente, só conheço uma startup na área, a ForeBrain, liderada pelo Billy Nascimento. (Confira também nossas matérias anteriores sobre a Forebrain). Alguém sabe de mais alguma? Avise e vamos divulgar aqui!
No campo da pesquisa há bastante coisas acontecendo, no Brasil e no mundo. Nos EUA, o Governo Obama lançou a iniciativa de mapeamento do cérebro neste ano de 2013, dizendo se tratar do “próximo grande projeto americano”. Deverá resultar não só em um mapa detalhado do cérebro, mas também em um corpo de conhecimentos singular e muitas novas tecnologias. Já pensaram nas aplicações e nos negócios que poderão sair daí? Não? Muita gente já está pensando e fazendo.
Tivemos uma sessão super interessante com o Christopher deCharms na semana passada aqui na Singularity University. Cientista e empreendedor – ele é o CEO da Omneuron, e desenvolve tecnologias para a visualização do funcionamento do cérebro em tempo real, usando ressonância magnética. Valendo- se do conceito de neuroplasticidade (o cérebro adapta-se), ele defende que, com o uso da tecnologia, desenvolveremos formas de ‘alterar o funcionamento’ do nosso cérebro. Vale assistir o vídeo da fala dele no TED. Não sei se os analistas e psiquiatras vão gostar da ideia (pois perderão mercado), mas certamente teremos cada vez mais sistemas automatizados de ‘treinamento do cérebro’ chegando ao mercado.
Na verdade, as neurotecnologias já estão no mercado para aplicações domésticas e de entretenimento. A Emotiv e a NeuroSky, dentre outras, são bons exemplos. É possível usar os sensores para jogar, fazer exames médicos, estudar, fazer meditação, controlar equipamentos e outras coisas. O que mais vem por aí? Próteses cerebrais, drogas para partes/funções cerebrais e pessoas específicas, backup da mente, controle de equipamentos com o pensamento, upload de ‘memórias’, etc.
Temos uma boa competência científica em estudos do cérebro no Brasil, em instituições como UFRJ, PUC-RS, Unicamp, USP, Unifesp, UFRN etc. Temos até uma estrela científica internacional, o Miguel Nicolelis, professor da Duke University que
coordena o projeto Walk Again e recentemente conectou os cérebros de dois ratos pela internet. As neurotecnologias crescerão exponencialmente. Aproveitaremos a nova onda e criaremos startups de neurotecnologias no Brasil?
Em tempo: o Renato Stefani, CEO da LiveMemo e colega do GSP 2013 da SU, ‘hackeou’ um Emotiv no seu projeto de conclusão de curso de Engenharia no Brasil e fez uma cadeira de rodas ‘controlada pelo pensamento’. Alguém tem alguma outra uma ideia para implantar? Pense nisso, literalmente!
Foto: Ian Ruotsala/Flickr.
Comentários ou opiniões expressados neste site são de responsabilidade do autor. As visões não necessariamente representam as da Singularity University, seus gestores ou colaboradores. A Singularity University não é responsável pela confiabilidade do conteúdo expressado pelo autor.
Singularity University, 10^9+, Ten to the Ninth Plus, marcas relacionadas e logomarca são de propriedade da Singularity University e são registrados e/ou usados nos Estados Unidos e em outros países.