O TechCrunch apontou hoje que apesar do Start-Up Chile ser um atrativo para startups no país, o programa não consegue manter as startups lá. Segundo pesquisa apontada pelo site, 80% dos empreendedores saem do Chile após o programa e 34% desse montante vão para os Estados Unidos. Aparentemente esse é o cenário em Toda a América do Sul, com o Brasil como única exceção.
Os investidores apontam que o problema é que entre eles e esses programas de apoio –como o Start-Up Peru, de Lima, Startup BA e Incubar da Argentina e a colombiana iNNpulsa, entre outras– não há nada que incentive as empresas a continuarem nos países.
O investidor chileno Cristobal Silva, da Fen Ventures, diz que uma empresa com US$ 100 mil, um produto e uma tração e cerca de dois anos vida tem que sobreviver até conseguir uma avaliação de US$ 10 milhões. “Como fazer isso?”, questiona.
O investidor também aponta como problema o fato que as grandes empresas do país, as que teriam dinheiro para investir em novos negócios, consolidaram suas empresas após dezenas de décadas e sem nenhum tipo investimento. Esses empreendedores têm dificuldade de entender o bem que um investimento faria num novo negócio e acham que o certo é eles se erguerem sozinhos.
Já as empresas dispostas a investir, raramente dão suporte de experiência para as startups. Contra a corrente está a Kaszek Ventures e a uruguaia Prosperitás Capital, que oferecem tutoria além do investimento.
O problema maior é a falta de investidores em estágio inicial ou anjo. Para se ter uma ideia, o Brasil é o país com mais variedade de investidores, dispostos a investir em negócios em fases diferentes e atraem startups dos países a sua volta. O país atrai também pela estabilidade econômica.
Apesar do pessimismo, Silva afirma que as coisas estão mudando com o alto custo de vida nos Estados Unidos e Europa. Além disso, Colômbia, Peru e Argentina já criam leis para diminuir taxação de novos negócios. “Acho que daqui dois anos o mercado latino-americano será muito interessante”, diz Cristobal.