Em meio ao cenário em que a inovação e as startups definem uma cadência de progresso, o ânimo fervilha quando essas entidades emergem no mercado de ações. Porém, o olhar mais atento mostra um cenário intrigante. Aquelas startups que outrora eram o orgulho dos fundos de Venture Capital (VC) agora veem suas avaliações escorregarem ao abrirem capital.
Pense na situação da Instacart, o gigante americano do serviço de entrega de supermercado. Com uma avaliação anterior que chegou a um valor astronômico de US$ 39 bilhões, ao caminhar para o IPO, esse número mergulhou para um intervalo entre US$ 8,6 bilhões e US$ 9,3 bilhões. Uma queda vertiginosa! E ela não está sozinha. A STRIPE também entrou em cena, mas optando por adiar seu IPO e buscar uma nova rodada com outros VCs.
Mas, embora essas quedas de avaliação ou “down rounds” possam parecer angustiante, trazem uma faceta menos visível e decididamente mais positiva. A ocorrência inicial poderia ser vista como um declínio ou desvalorização, mas, surpreendentemente, muitos investidores do pós-IPO têm uma leitura diferente.
Visualize uma empresa que decide lançar suas ações em um IPO com uma etiqueta de preço mais modesta. Essa prudência, essa relutância em inflar o valor, é interpretada como um sinal de uma liderança realista e cautelosa. Ela sinaliza que a empresa está mais focada em um crescimento estável e em evitar as oscilações e decepções que um preço inflacionado poderia trazer.
Este posicionamento também pode funcionar como um escudo. Um valor superestimado pode expor a empresa às garras da especulação negativa, que podem resultar em uma venda em massa. Ao manter as expectativas em cheque, essas empresas têm uma margem maior para manobrar quando os ventos do mercado ficam tempestuosos.
O exemplo desse feito dessa semana foi a da Arm Holdings, o valor da companhia no IPO foi inferior ao valuation de US$ 64 bilhões considerado pelo SoftBank no último mês. Nas últimas horas, as ações da Arm Holdings que estrearam na Nasdaq já estão sendo cotados a US$ 59.97 bilhões, após alta de mais de 20%.
Dentro deste turbilhão de números, é crucial observar o papel estratégico dos fundos de Venture Capital nas etapas finais do pré-IPO. Mesmo que esses fundos tenham enfrentado avaliações reduzidas, contrastando com suas expectativas iniciais, essa “perda” pode ser apenas temporária como no caso da ARM e também da Instacart, pode ser efêmera. O mercado, ao identificar ações subvalorizadas, pode catalisar uma demanda robusta no pós-IPO. Esse potencial de valorização orgânica permite aos fundos de VC, não apenas recuperar, mas em muitos casos, maximizar seus investimentos.
Quando uma empresa é vista com uma avaliação mais comedida, ela brilha como uma oportunidade sedutora. Tal modéstia pode atrair um espectro mais amplo de investidores, vislumbrando não apenas o momento atual, mas também a promessa de horizonte de crescimento. E, à medida que essa empresa começa a entregar resultados, sua valorização tende a ser mais natural e sustentada.
Os visionários do mercado estão começando a enxergar essas rodadas de baixa não como um sinal de crise, mas como uma estratégia cuidadosamente orquestrada. Trata-se de uma jogada que pode pavimentar o caminho para um crescimento vigoroso e duradouro após o IPO.
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