A ACE Ventures, em parceria com o Sebrae Startups, lançou o relatório Founders Overview 2024, que traça um panorama detalhado sobre o perfil e a jornada dos empreendedores no Brasil. O estudo, que ouviu cerca de 900 fundadores de startups, revela um desvio significativo do estereótipo de jovens recém-formados no comando dessas empresas. Segundo a pesquisa, 60% dos empreendedores têm entre 35 e 54 anos, com um número expressivo vindo do mercado corporativo.
O perfil dos fundadores brasileiros de startups tem mudado. A maioria, 44,5%, decidiu iniciar um empreendimento após uma carreira no mercado corporativo o que, segundo Pedro Carneiro, sócio e Diretor de Investimentos da ACE Ventures, é uma tendência global. Outros 17,5% já haviam empreendido em outro setor, enquanto 12,3% atuavam como profissionais autônomos. Apenas 4,2% dos fundadores de startups não tinham experiência profissional prévia antes de lançar seus negócios.
Pedro observa que o aumento da idade média dos fundadores reflete uma mudança no ecossistema de startups. “Se, antigamente, a visão corrente era de que os empreendedores eram jovens recém-formados, hoje vemos profissionais sêniores que vivenciam o mercado e decidem atacar uma oportunidade. Por muitas vezes, as startups criadas estão conectadas com alguma dor que esses fundadores viveram durante sua passagem por outras corporações”, comenta Carneiro.
Relatório da ACE Ventures aponta aumento de startups fundadas por mulheres
Além disso, o relatório mostrou um leve aumento no número de empreendedoras mulheres, que passou de 23,6% em 2023 para 28% em 2024. Apesar do crescimento, os homens ainda dominam o cenário, com 71,4% dos fundadores se identificando como do sexo masculino.
Outro dado relevante apontado pelo relatório é a predominância do modelo B2B nas startups brasileiras, representando 54% das empresas pesquisadas. A crescente adoção de Inteligência Artificial (IA) também chamou a atenção dos investidores: 36,7% dos fundadores notaram um aumento no interesse de investidores por startups que utilizam IA em suas operações.
O estudo ainda destacou a preferência por canais de venda baseados em parcerias, com 50% dos empreendedores afirmando utilizar esse modelo. “Quando comparamos os reports, percebemos que houve uma substituição na terceirização de canais de vendas, de Google e Meta via Ads para uso de parceiros. Isso tudo indica que o empreendedor brasileiro ainda sofre para construir uma estrutura proprietária de vendas”, avalia Carneiro.
Quanto ao futuro das startups, o relatório revela que 70% dos fundadores têm o objetivo de realizar um M&A (fusões e aquisições), com 37% planejando vender suas empresas nos próximos cinco anos. Carneiro conclui: “O que pode ser um indicativo da visão de futuro desse perfil de fundador é que 41% das startups que mais crescem, em uma taxa de mais de 70% nos últimos seis meses, pertencem a founders que planejam um exit nos próximos cinco anos.”
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