Hoje a Abrão Filho é a maior fintech de câmbio do Brasil. Em 2021, a startup movimentou mais de US$ 1 bilhão, em 16 mil contratos assinados. O crescimento de 100% em comparação ao ano anterior, foi resultado de mais de uma década de dedicação a esse mercado.
E toda essa história começou com Leonardo Abrão, fundador da Abrão Filho. Desde os 17 anos, Leonardo empreende: “eu tinha uma game house em Guaianases, na periferia de São Paulo. Lá, eu alugava PlayStations e Xboxes perto da escola Pedro Taques”, conta. Em 2011, Leonardo uniu sua paixão pelo empreendedorismo com um negócio que aprendeu em casa: o mercado de câmbio.
O pai de Leonardo atua nesse setor desde 1969. Aos 20 anos, ele começou a trabalhar na mesma empresa que o pai e, como ele, o fundador da Abrão Filho também começou na empresa como office boy. Alguns anos depois, Leonardo já sentava ao lado de seu pai, aprendendo com quem conhece esse mercado há décadas. “Fui adquirindo a vivência do mercado com ele. Ele sempre foi muito dedicado aos estudos, entender as legislações desse setor. Para mim, foi uma honra”, conta.
Fundação da Abrão Filho
Apesar de trabalhar junto com seu pai em uma tradicional empresa de câmbio em São Paulo, algo incomodava Leonardo: o mercado de capitais ainda era muito obsoleto. Ele percebia que havia um caminho longo e cheio de oportunidades para modernizar esse setor. “Para um mercado que movimenta tanto dinheiro, naquela época ainda era tudo muito precário”, diz. Assim, em 2011 surgiu a Abrão Filho, do desejo de Leonardo de unir empreendedorismo, tecnologia e inovação para o mercado cambial.
Depois de fundada por ele, a startup recebeu reforços de peso. Entre seus cofundadores estão Eduardo Domingues, Diretor de Operações; Marcus Vinicius, Diretor Financeiro Administrativo; e Luan Almeida, Diretor Comercial. Juntos, desenvolveram a empresa que hoje se descreve como com “a segurança de um banco e a flexibilidade de uma corretora”.
No início da trajetória da Abrão Filho, Leonardo conta que o mercado ainda era muito incipiente. Assim, o primeiro produto do time que foi colocado no mercado chamava-se Cambiar. Era uma espécie de “Buscapé” do câmbio. Na plataforma B2C, clientes buscavam corretoras e casas de câmbio nas proximidades, e podiam escolher por oferta ou localização. “Essa foi nossa primeira empreitada com viés tecnológico”, conta.
Modelo de negócio e planos para o futuro
Em 2016, o produto saiu do ar para dar lugar a algo mais robusto. “A Abrão Filho, com modelo de negócio B2B2C, já existia nessa época, e estava tendo um crescimento importante dentro do atacado. Por isso, a gente decidiu focar nossos esforços só na Abrão Filho e implementar a tecnologia da Cambiar, como uma ERP, lá. Hoje, a Cambiar é uma marca nossa.”
Em 2018, a empresa lançou um modelo de agentes autônomos de câmbio, com vínculo associativo. Assim, agentes podem utilizar toda a plataforma, ferramentas e recursos da fintech para cuidarem de suas carteiras de clientes da forma menos burocrática e mais rentável possível para os associados.
Atualmente, a empresa realiza cerca de 300 operações cambiais por mês, com um ticket médio de mais ou menos US$ 100 mil. A equipe também cresceu: hoje, são cerca de 70 pessoas, entre os agentes autônomos de câmbio e os colaboradores.
A startup já recebeu, há alguns anos, uma rodada de investimentos pré-seed. Agora, em 2022, a Abrão Filho anunciará sua rodada Série A – de valor ainda não divulgado -, que será utilizada para aumentar o time de colaboradores e, principalmente, colocar novos produtos no mercado, como um aplicativo para contas internacionais com cartão virtual, para Pessoa Física, e contas internacionais com cartões físicos e virtuais, para Pessoa Jurídica, além de uma plataforma de Câmbio as a Service.
Apesar de a empresa ter mais de 10 anos de história, para Leonardo, “estamos só começando.”