A rede ABC da Construção, varejista de produtos como azulejos e pisos, anunciou um aporte de R$ 115 milhões de seus sócios. A empresa, que já vem há alguns anos apostando na digitalização, teve um crescimento em seus novos canais de venda de 130% na pandemia, o que já representa 71% da companhia. O investimento deve ajudá-la na meta de expansão ajudando a alcançar mais de 100 lojas até o final do ano e receita anual de R$ 500 milhões.
A ABC opera com empreendedores locais, sejam eles do segmento ou não, com alguns modelos, de franquias a parceiros comerciais, onde o ABC S/A fica responsável pela parte mais pesada do negócio e que requer investimentos vultosos, deixando suas lojas leves mas com o papel importante de construírem ecossistemas locais próximos e robustos.
“Sempre tivemos o foco em ser uma empresa do segmento de construção com base em inovação e tecnologia – e estamos colhendo frutos do que vimos plantando ao longo de, no mínimo, 5 anos. É gratificante colher os melhores resultados da história em um momento tão difícil como esse e chega a ser emocionante saber que, com esse aporte, poderemos expandir mais ainda nossas operações, podendo ajudar mais algumas centenas de empreendedores locais a procura de soluções sustentáveis nesse novo mundo”, destaca Tiago Mendonça, CEO da ABC da Construção.
Com um modelo de negócio omnichannel, logística e plataforma digital proprietária, e alto investimento em tecnologia, a ABC tem ajudado importantes empreendedores locais a se reinventarem diante das incertezas do cenário atual. Os parceiros têm acesso a uma solução completa, onde a loja funciona como o centro do ecossistema local da região, permitindo a rápida digitalização de negócios tradicionais. “Não é questão apenas de vender na internet, mas sim digitalizar o On e Offline resolvendo muitas dores do segmento, como gestão de estoques e clientes, logística, perdas, crédito e meios de pagamentos”, completa Mendonça.
Os aportes foram feitos pelos já sócios da companhia, fundos Spectra, Fir Capital, Redpoint eventures e pelos sócios fundadores, e tem como objetivo aceleração do investimento em tecnologia e digital, time, mix de produtos e logística. Como exemplo, o centro de distribuição, atualmente com 22 mil metros quadrados, será ampliado para 40 de área construída, em um terreno de 120 mil metros quadrados.
O fundo Spectra tem quase R$ 2 bilhões sob gestão e o sócio fundador Ricardo Kanitz afirma ter total confiança na rede. “Temos mais de 200 empresas no portfólio, e sem dúvida a ABC se destaca na execução do omnichannel, vemos claramente a ação e seus resultados, que não um discurso da moda!”, revela Kanitz.
O sócio-diretor da Redpoint eventures, fundo com mais de R$ 1 bilhão sob gestão, Romero Rodrigues, se diz impressionado com o modelo de negócio criado. “A ABC tem o modelo de digitalização muito forte do ecossistema local, a partir de lojas tradicionais. Esses ecossistemas replicados a centenas ou milhares vêm transformando a empresa em um organismo vivo e digital muito poderoso, crescendo rápido com lucratividade e geração de caixa”, completa Rodrigues.
Já para André Emrich, sócio da Fir Capital, fundo de investimento que também conta com mais de R$ 1 bilhão sob gestão, é importante ver como a empresa é séria e comprometida. “Investimos junto com o Tiago e a família há, praticamente, 10 anos. O comprometimento deles em sempre acompanhar os aportes e, consequente, dedicação aos negócios e aos sócios é algo bem diferenciado no mercado”, revela Emrich.
Com 60 anos de história, 90 lojas em 70 cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a ABC da Construção é reconhecida por fornecedores como uma das mais inovadoras do segmento. A empresa faz parte da Endeavor – organização global de empreendedores de alto impacto – há 10 anos e, a partir da troca de experiências com os mais bem sucedidos empreendedores do país e do mundo, começou a transformar sua operação e em 2018, entrou para a Construbrasil, um dos maiores grupo sde compras do Brasil.
A ABC da Construção foi fundada pelo avô de Tiago Moura Mendonça, o Sr. Lúcio Moura. Sr. Lúcio perdeu o pai com 12 anos de idade e se viu obrigado a trabalhar. Ele acabou se tornando vendedor de uma loja de material de construção no Rio de Janeiro, a então, Marcovan – uma das maiores do setor na época. Com o passar dos anos os proprietários dessa rede, reconhecendo o trabalho desenvolvido por Sr. Lúcio, investiram nele, e, possibilitaram-no abrir a primeira loja no interior de Minas Gerais.
“Nossa relação com o segmento se aproxima de um século, e, um dos propósitos que temos é ajudar essas famílias que sempre viveram do MatCom a se prepararem para o novo mundo que está surgindo, e poderem perpetuar seus negócios para as próximas gerações. Nós só existimos, pois, meu avô teve apoio de empreendedores lá atrás. Por isso, fico muito feliz com o modelo de negócio que criamos, aportando conhecimento, logística, digitalização e escala de uma das maiores redes do Brasil em negócios locais e tradicionais”, conclui Tiago.