Além de brigas com o Facebook e com a União Europeia, a Apple agora mira suas atenções na empresa GEEP Canada. Mas por um motivo bem diferente. A companhia que atua com a reciclagem de produtos eletrônicos deveria destruir aparelhos obtidos para serem reciclados, está na verdade comercializando dispositivos como iPhones, iPads e Apple Watches em um mercado paralelo.
No processo aberto pela Apple, a companhia da maçã pede uma indenização no valor de US$ 31 milhões de dólares canadenses (cerca de R$ 130 milhões) , além do valor total de qualquer receita gerada a partir da venda ilegal dos aparelhos. Estima-se que mais de 100 mil produtos, entre celulares, tablets e relógio inteligentes tenham sido vendidos pela GEEP Canada.
O processo nasce a partir de uma auditoria interna realizada pela Apple com mais de 500 mil aparelhos que foram enviados para reciclagem entre 2015 e 2017. A investigação concluiu que quase 5 toneladas de dispositivos da empresa deixaram as instalações da GEEP sem serem destruídos.
Isso porque pelo menos 103 mil dispositivos estavam em funcionamento, acessando a internet por meio de redes móveis. Este número pode ser maior, porque não contabiliza produtos conectados por redes Wi-Fi. Ao The Logic, a companhia canadense confirmou que um determinado número de aparelhos não foi destruído, mas não deu mais detalhes sobre a operação.
É aí que vem a participação de empresas com a GEEP Canada. A companhia tem o trabalho de reciclar o aparelho para reaproveitar as peças para a montagem de novos produtos. O problema é que a GEEP não estava reciclando os aparelhos, mas vendendo-os. “Os produtos enviados para reciclagem não são mais adequados para vender aos consumidores. Eles podem causar sérios problemas de segurança”, disse a Apple ao The Verge.
Em outra frente desta história toda estão grupos de ativismo que criticam as políticas de reciclagem da Apple. A acusação é de que a companhia deveria repensar suas formas de reciclar os aparelhos, já que, na visão desses grupos, muito dispositivos ainda poderiam ser utilizados em vez de serem descartados e contribuírem com o aumento do lixo eletrônico, que somou 53 milhões de toneladas apenas em 2019.
* Por Rodrigo