* Por Eduardo Tardelli
O trabalho em tecnologia exige, basicamente, uma dedicação mental enorme nas tarefas diárias e atualização constante a respeito das inovações que substituem outras. A rotina não é fácil e requer muito dos profissionais, que, comumente, são recompensados com altos salários e escritórios modernos.
São ambientes de intensa troca e grandes ambições que, aliados ao ritmo acelerado e o nível elevado de exigência, contribuem para altas taxas de esgotamento e Síndrome de Burnout no mercado tech. São inúmeros profissionais que convivem com sensações de esgotamento, exaustão de energia ao fim do dia, sentimentos negativos em relação à carreira e produtividade profissional reduzida.
Criar, portanto, um clima inovador, leve e de estímulos para o colaborador deve fazer parte das obrigações dessas companhias e vai muito além de garantir o faturamento, garantindo o bem-estar do time como um todo! Afinal, o que é uma organização sem as pessoas que a compõem?
Como respiram inovação e nascem de uma necessidade de negócio peculiar, as empresas que trabalham com tecnologia devem oferecer a sua equipe desafios que façam sentido, fazendo-os entender as atividades propostas em busca do maior engajamento. Derrubar barreiras hierárquicas solidifica a liberdade do funcionário para poder criticar, sugerir, reclamar e elogiar sem retaliações, sempre em busca de melhorias para si e para o todo.
Do outro lado, as organizações precisam de gestores mais abertos e comunicativos, processos ágeis de desenvolvimento de projetos (design thinking, pesquisas internas etc.), equipes multifuncionais, entre outros. Neste contexto, no dia a dia, cabe a cada um a responsabilidade de contribuir com a missão, visão e os valores da empresa para que ela se torne colaborativa, contribuindo assim com uma entrega assertiva de resultados.
Muito além das bonificações em dinheiro em resposta a toda a dedicação, o “colaborador 4.0“ precisa se sentir dentro de num cenário positivo, fazendo parte de um bem maior para a sociedade em que está inserida – seja desenvolvendo uma tecnologia inovadora ou trocando experiências positivas (e negativas) com colegas a fim de crescimento e desenvolvimento geral.
Mais do que uma sala descolada, com games, escorregadores e mesas de ping pongs, é preciso oferecer inovação também na gestão. A consequência natural serão Burnout, depressão, stress e outras doenças continuando como estatísticas, só que da porta para fora!
Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) extraídos da internet e outras bases de conhecimento