Estamos em mais um ano de eleições e, como é praxe, vemos vários movimentos dos atores políticos, seja para se manterem em seus postos, seja para conquistar uma posição na máquina pública. A polarização, mais uma vez, dá o tom da disputa eleitoral, que deve ganhar ares mais “violentos” neste ano. Continua sendo difícil de compreender e aceitar a política brasileira, pautada sempre muito mais por interesses de poucos do que pelo bem-estar geral. Para onde vamos?
A cada dois anos, o mesmo cenário se repete: promessas, acusações, bate-bocas, rios de dinheiro gastos em propaganda. Quando a disputa é nacional – como agora, para o cargo de presidente –, tudo ganha ainda mais força. E, desta vez, o pleito promete ser acirradíssimo, contrapondo as duas principais forças políticas dos últimos tempos no Brasil. Antes mesmo do prazo legal estabelecido, os candidatos já se empenham em atos de campanha e lançam mão dos mais diversos artifícios. Por enquanto, o que se vê são apenas trocas de xingamentos. Algo desnecessário e, mais que isso, que não levará a disputa a um resultado produtivo. Afinal, estamos falando do futuro da nação. Em paralelo, uma “terceira via” realmente forte ainda não se apresentou para trazer alternativas.
A impressão – ou quase certeza – que temos é de que política no Brasil é uma atividade que visa a privilégios próprios e obtenção de vantagens individuais. Tome-se como exemplo o fundo eleitoral: enquanto o país ainda se recupera de uma grave crise, parlamentares aprovam um orçamento escabroso de R$ 4,9 bilhões para financiar campanhas. Um total contrassenso. Difícil encontrar um cidadão que se orgulhe dos “representantes do povo”, embora, claro, ainda haja muitos bons exemplos espalhados pelo país, pessoas comprometidas com o país e que buscam, de fato, trabalhar para a sociedade. Pena que esses não têm o devido reconhecimento e muitas vezes acabam corrompidos pelo tal “sistema”.
O Brasil amarga bons anos de dificuldades, que vão além da gestão atual. Os próximos mandatários (nas esferas federal e estadual) terão a grande responsabilidade de reconstruir o que foi perdido e ir além, pavimentando o caminho de volta ao desenvolvimento. Precisamos de propostas e compromissos sérios para a economia, a saúde, infraestrutura, desenvolvimento de negócios e, principalmente, para o empreendedorismo e a educação. Esta é a principal arma que garante liberdade a qualquer cidadão. Enquanto governantes não atentarem que apenas fortes investimentos em educação permitirão que o Brasil cresça com pujança, continuaremos a nos arrastar lentamente, ou mesmo andaremos para trás.
Política e eleição sempre foram campos complicados no Brasil. Interesses pessoais ou de grupos dominantes costumam se sobressair acima do que é melhor para a nação como um todo. Precisamos caminhar em outra direção, e esta é a do desenvolvimento, que não admite corrupção. Mais do que nunca, fazer boas escolhas significa definir o rumo do país.
Janguiê Diniz é fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional, e Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo