Nos últimos meses, a imprensa, principalmente relacionada a parte econômica, comentou muito sobre o desmoronamento do Grupo EBX, do empresário Eike Batista. Muitos falam que isso já era previsto, outros dão explicações mais elaboradas sobre os motivos que levaram a esse problema todo mas o fato é que praticamente todos os envolvidos – e muitos não envolvidos – perderam ou irão perder com essa situação.
Para começar, o próprio empresário Eike Batista perdeu demais com isso. Ainda que de certa forma sua arrogância em almejar o posto de homem mais rico do mundo tenha prejudicado bastante todo o processo, o fato é que isso não deveria ser suficiente para tal afundamento. No momento, Eike ocupa a posição 52 na lista dos 124 bilionários brasileiros, apurada pela Forbes Brasil, com uma fortuna pessoal de R$ 2,95 bilhões, Ele perdeu a maior parte, R$ 27,31 bilhões, desde o ano passado, quando ocupou o topo da lista. Seus negócios chegaram a valer R$ 119 bilhões, mas hoje valem R$ 3 bilhões.
Além do próprio empresário, os bancos que financiaram seus projetos, perderão muito. Os investidores, sejam eles os mais qualificados, sejam eles os mais domésticos que acessaram a Bolsa de Valores e investiram parte da sua poupança, também perderam pois as ações derreteram muito e nunca mais atingirão os níveis históricos.
O governo, que apoiou vários projetos atráves do BNDES, também perdeu muito com esse problema todo. E por fim, o Brasil perdeu demais, pois nossa imagem ficou muito arranhada com esse fato, aliado é lógico aos outros todos problemas econômicos que vivemos hoje.
Mas afinal de contas, um exemplo como esse prejudica o futuros das startups? Qual a relação entre a queda de um grupo tão grande quanto esse com uma pequena startup que está a procura de investidores para desenvolver seu projeto?
A resposta provavelmente é que sim, esse exemplo prejudica pois muitos investidores, ainda que investidores anjos, a investir em projetos não consolidados.
O grande problema do empresário Eike Batsita é que os recursos levantados, principalmente através de emissões de ações, foram usados para desenvolver projetos, projetos esses que ao longo do tempo foram se provando serem fracos e não compatíveis com as projeções no momento das emissões das ações, resultando assim num grande “derretimento” dos valores das ações.
Mas as ações não são o único problema pois os bancos e o BNDES, não tem ações mas tem recursos emprestados e as empresas não estão conseguindo gerar caixa suficiente para repagar essas dividas.
A combinação de queda drástica das ações e da não capacidade de re-pagamento das dividas, traz muito medo aos investidores que estejam avaliando projetos que ainda não tenham comprovação de resultado.
A esperança é que os investidores saibam separar “o joio do trigo” e não se sintam inibidos a fazer investimentos e possam ajudar a a desenvolver as startups e dar folego a economia que precisa das pequenas e médias empresas.
Foto: Reuters.