O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne bovina e empresas brasileiras como JBS FriBoi e BRFoods são as maiores processadoras de carne do planeta. A produção de proteína animal é uma fonte de renda externa importante para o País e um negócio que movimenta muito dinheiro.
Essa é uma indústria tradicional, super tradicional…. Parece não ser assunto de startup, certo? Errado!
Vem aí… ou melhor, já está aí a ‘carne sintética’. Na semana passada foi realizado um evento em Londres no qual foi preparado e ‘devorado’ o primeiro hambúrguer produzido com carne sintética. O evento ganhou a mídia mundial, com matérias na CNN, no The Guardian, na Forbes e outras. Trata-se deo projeto Cultured Beef, conduzido por um time da Universidade de Maastricht e que teve o financiamento de Sergey Brin, fundador do Google; veja o vídeo de apresentação do projeto.
O hambúrguer de Londres custou £ 250.000,00… um pouco caro, não? Não me parece que vá vender muito na feira nesta semana. Brincadeiras à parte, o evento marcou um acontecimento importante: provou-se o conceito de que é possível produzir carne em laboratório. Daqui pra frente, o desafio é desenvolver processos industriais, a baixo custo e de alta qualidade.
E isso é assunto para startup, com certeza!
Uma das empresas que está trabalhando para fazer isso é a LifeStock, formada por um time global e super ‘conectado’ surgido no GSP 2013 da SU. Conversei a respeito do assunto com um dos fundadores da LifeStock, Adam Little – veja a entrevista abaixo.
Adam esteve no evento de Londres – veja a matéria na Forbes e apresentou alguns dos motivos pelos quais a ‘carne artificial’ poderá ganhar mercado: tem baixo impacto ambiental, não sacrifica animais, os custos deverão cair rapidamente com o tempo (e a escala). O fato do fundador do Google ter apoiado a ‘prova de conceito’ é um fato importante não só para dar notoriedade à ideia como também para atrair recursos para os projetos e startups na área.
A LifeStock está utilizando os laboratórios da NASA aqui em Mountain View para desenvolver a sua tecnologia. O seu processo de produção é diferente do utilizado para o ‘hambúrguer de Londres’. Enquanto aquele foi construído em camadas e processos similares à impressão 3D tem sido utilizados por outras empresas, a LifeStock pretende ‘fazer crescer pedaços de carne’.
Além de uma equipe técnica qualificada, o time conta com o multimilionário grego Sony Mordechai, Chairman e CEO da Global Eye Investments, que investe na Europa, EUA e América Latina.
Eles tem interesse em conversar com empresas no Brasil… alguém se interessa? Ameaça ou oportunidade? O fato é que a produção de proteína animal será transformada por novas tecnologias. Talvez seja a hora dos grandes players brasileiros pensarem em entrar nesse jogo…. o jogo da inovação!
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