A Ages Bioactive, empresa nacional especializada em soluções de bioativos, lançou o Seccure, um nutracêutico que atua no sistema endocanabinoide, prometendo ser uma opção ao canabidiol (CBD) no tratamento da dor crônica. Desenvolvido a partir de extratos da Amazônia, ele combina compostos como beta-cariofileno e outros terpenos, buscando atender a cerca de 60 milhões de brasileiros que, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), convivem com dores crônicas.
O sistema endocanabinoide (SEC) é um sistema biológico presente no corpo humano, composto por receptores, ligantes endógenos e enzimas que atuam na regulação de funções como percepção de dor, humor, apetite e resposta imunológica. Estudos apontam que o SEC pode influenciar positivamente a saúde ao promover a homeostase — equilíbrio funcional que auxilia o corpo em respostas a estímulos internos e externos.
Segundo o CEO da Ages Bioactive, Caio Agmont, o Seccure representa uma opção ao canabidiol, que enfrenta desafios legais e de acesso no Brasil, sendo necessário importá-lo. O nutracêutico, portanto, pretende possibilitar que médicos e pacientes aproveitem os benefícios do sistema endocanabinoide sem os obstáculos que o uso do CBD pode apresentar.
Os nutracêuticos, categoria que inclui o Seccure, são produtos desenvolvidos com compostos naturais que oferecem benefícios à saúde, como prevenção e controle de doenças. Em 2020, o mercado brasileiro de suplementos, que abrange esse grupo, foi avaliado em cerca de R$ 7 bilhões e tem registrado crescimento de aproximadamente 10% ao ano.
De acordo com a Future Market Insights, o setor global de suplementos deve superar US$ 252 bilhões até 2025, impulsionado pela crescente demanda por alternativas naturais de bem-estar.
Entre os nutracêuticos mais conhecidos estão ômega-3, probióticos e curcumina. Com o Seccure, a Ages Bioactive integra esse mercado. Os compostos bioativos amazônicos usados no nutracêutico são reconhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, com potencial de atuar de forma eficaz no alívio de dores.
Seccure como opção ao CBD
O uso de plantas com propriedades endocanabinoides é conhecido há décadas, mas até então não havia um nutracêutico específico voltado ao SEC, segundo Caio. Ele explica que o Seccure utiliza extratos de plantas amazônicas com alta concentração de beta-cariofileno, que se destaca pela eficácia e por não conter tetrahidrocanabinol (THC), o elemento psicoativo presente na cannabis.
De acordo com estudos divulgados pela startup, a ação do produto pode proporcionar melhor absorção do que o CBD, oferecendo uma alternativa para o tratamento de condições como fibromialgia, reumatismo e dores oncológicas.
Para o diretor científico e cofundador da Ages Bioactive, professor José Carlos Tavares, o nutracêutico é resultado de mais de 25 anos de pesquisa sobre princípios ativos da Amazônia. Ele, que possui ampla experiência em fitoterapia e já publicou mais de 270 artigos científicos, explica que o Seccure mostrou-se particularmente eficaz na gestão de dor crônica. “Desenvolvemos um fitocomplexo que combina diversos extratos padronizados, criando uma fórmula inovadora com efeitos potencialmente superiores ao CBD em termos de eficácia analgésica”, afirma.
A Ages Bioactive pretende ampliar o acesso ao produto com parcerias na área da saúde, incluindo a Central Farma, fabricante de suplementos. A startup planeja ainda apresentar o produto a profissionais médicos, ressaltando que, embora seja um nutracêutico e não um medicamento, o Seccure exige prescrição.
A empresa também conta com o apoio de investidores como o Fundo Floresta e Clima, da gestora KPTL, que já captou R$ 6 milhões para Ages Bioactive desde sua fundação, em 2020. A companhia, localizada em São Paulo, foi criada com o objetivo de promover produtos que melhoram a saúde e a longevidade, com foco em inovação a partir dos recursos naturais brasileiros, especialmente aqueles provenientes da floresta amazônica.
O Seccure é parte de uma tendência que busca substituir analgésicos convencionais por opções naturais e integrativas, potencialmente mais seguras e com menos efeitos colaterais.
Com base em estudos conduzidos na Universidade Federal do Amapá, a Ages Bioactive aponta que o nutracêutico tem apresentado resultados promissores em condições variadas, incluindo o tratamento da dor para pacientes oncológicos, fibromialgia e doenças autoimunes como lúpus.
Os fundadores da Ages Bioactive enfatizam que o lançamento não tem a intenção de competir com medicamentos, mas de oferecer um suporte complementar para pacientes já em tratamento. A empresa acredita que a inovação no campo dos nutracêuticos pode ampliar o uso de compostos naturais para melhorar a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reforça a importância da Amazônia como fonte de biotecnologia.
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