O cenário de startups na América Latina está em plena ascensão. Nos primeiros seis meses de 2024, o ecossistema de inovação da região captou US$ 2,18 bilhões, segundo o relatório mais recente de Venture Capital do Distrito. Este valor representa um crescimento de 40,7% em relação ao mesmo período de 2023, quando os investimentos totalizaram US$ 1,55 bilhão. Este semestre é o melhor desde o segundo semestre de 2022, quando foram captados US$ 2,75 bilhões.
Enquanto o Brasil apresentou um crescimento mais modesto, as startups da América Latina como um todo mostraram resiliência, atraindo grandes investimentos. Um dos principais destaques foi o aumento do ticket médio das rodadas de financiamento, que subiu de US$ 3,74 milhões no primeiro semestre de 2023 para US$ 5,78 milhões em 2024.
“A melhora do mercado se deve à retomada gradual das rodadas em estágios mais avançados, que eram raras em 2022 e 2023. Nos últimos meses, vimos cheques maiores, especialmente nas fintechs, que continuam sendo o setor mais dinâmico no universo das tecnologias emergentes da América Latina. A expectativa é de que esse cenário positivo se mantenha ao longo do ano.”, explica Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito.
Entre as rodadas de destaque, a Celcoin, uma provedor de infraestrutura financeira do Brasil, levantou R$ 650 milhões em uma rodada liderada pela Summit Partners. Outra brasileira, a CRM&Bonus, especializada em giftbacks, finalizou uma Série B de R$ 400 milhões, capitaneada pelo fundo BOND. No México, a plataforma de pagamentos Clip arrecadou US$ 100 milhões com o Morgan Stanley Tactical Value.
Os investimentos em estágios mais avançados somaram US$ 1,3 bilhão, enquanto os investimentos em estágios iniciais totalizaram US$ 840,3 milhões e os aportes em pré-seed somaram US$ 36,7 milhões.
No Brasil, as startups captaram US$ 928,3 milhões no primeiro semestre de 2024, um aumento de 14,8% em comparação ao mesmo período de 2023, mas uma queda de 25,6% em relação ao último semestre de 2023. O país deteve 42,6% de todos os recursos destinados à América Latina, mas enfrenta crescente concorrência de países como Colômbia e México.
“O mercado de tecnologia no Brasil está em um momento desafiador, mas repleto de oportunidades. As incertezas globais e governamentais dificultam a captação de recursos, mas, paradoxalmente, isso permite que empresas de alta qualidade se destaquem em um ambiente mais competitivo. Apesar dos resultados mais modestos em comparação com o restante da América Latina, o Brasil ainda mantém um setor de inovação dinâmico e capaz de atrair recursos.”, comenta Gierun.
O Distrito também monitorou de perto as rodadas de dívida, incluindo FIDC, venture debt e debt financing. No primeiro semestre, foram realizadas 19 rodadas de dívida por startups latino-americanas, totalizando US$ 1,08 bilhão, um volume semelhante ao do ano passado.
As fintechs lideraram o volume de captação, com US$ 813,5 milhões destinados principalmente ao fornecimento de crédito.
O primeiro semestre de 2024 também foi marcado por uma atividade intensa de fusões e aquisições (M&As), com 118 operações realizadas no ecossistema de startups latino-americanas, número próximo aos 124 deals do mesmo período de 2023. As fintechs, deeptechs e retailtechs foram os setores mais ativos, evidenciando os segmentos que mais se consolidam em 2024.
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