A startup brasileira de inteligência artificial Yuna capturou R$ 8 milhões em rodada pre-seed liderada pela Canary, com participação dos fundos Positive Ventures e executivos sêniores de grandes empresas.
O aporte será destinado ao desenvolvimento, formação de equipe e consolidação de marca de um ecossistema de livros infantis interativos e personalizados. O objetivo é construir um produto robusto em termos de tecnologia e educação voltada para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional infantil, combinando o potencial da inteligência artificial com a criatividade e a sensibilidade humana de escritores, ilustradores e editores. O público-alvo são familiares e cuidadores de crianças de um a doze anos.
“Pesquisas ao redor do mundo relacionam baixos índices de leitura e um impacto negativo no desenvolvimento do imaginário, senso crítico e capacidade cognitiva das crianças. Existe um grande desafio em incentivar esse público a ler por causa da competição com as novas tecnologias. Não queremos lutar contra elas, e sim utilizá-las para trazer a leitura de volta à rotina de forma lúdica e interessante”, afirma o fundador da Yuna, Louis Markham.
Brasil e o hábito de ler
Em um país que perdeu 4,6 milhões de leitores em quatro anos e no qual 66% dos estudantes não leem textos com mais de dez páginas, Markham é um otimista comprometido a contribuir para a transformação positiva desse cenário. “É justamente pelo Brasil ter índices baixos que estamos tão motivados a começar a jornada da Yuna por aqui. O impacto que podemos ter é enorme e nos motiva a trabalharmos para tornar a leitura a escolha ‘número um’ das crianças para se divertirem e aprenderem”, diz Markham.
Para alcançar esse objetivo, a Yuna faz uma combinação entre uma base de histórias escritas por escritores profissionais contratados e dados familiares fornecidos pelos usuários. Isso inclui características, preferências e temperamento da criança, como nomes dos parentes e dos pets, superpoderes que gostaria de ter e até a personalidade, entre outras informações.
Então, com o auxílio da inteligência artificial, surge uma história única e personalizada que faz de cada criança a protagonista da própria história. “Estamos viabilizando um ecossistema que convida escritores, ilustradores, editores e pais a criarem um novo tipo de livro. Um que possibilita construir mundos maravilhosos e se tornará a primeira escolha dos pais para entreter e educar seus filhos”, complementa Markham.
Mesmo em fase inicial, quando a startup ainda fazia testes de produto, a resposta do mercado à proposta foi surpreendente. Em quatro meses, a plataforma já contabiliza 35 mil downloads, 100 mil livros produzidos e uma avaliação média dos livros de 4,7 em 5 com 30 mil avaliações.
Yuna quer fazer do Brasil a capital mundial de contar histórias
Morando no Brasil há cinco anos, Markham escolheu o país para fundar sua primeira empresa por questões pessoais e profissionais. “Tenho um amor incondicional pelo país e uma conexão muito grande com este lugar que me acolheu. Por isso, era muito importante, para mim, que a Yuna nascesse aqui”, conta o executivo, que possui passagens por Loft, Bain e KKR.
O Brasil se mostrou atrativo para o empreendedor por uma série de fatores. Entre eles, a possibilidade de formar um time multidisciplinar de talentos locais, incluindo especialistas na criação de produtos em startups de grande renome, escritores, pedagogos e terapeutas infantis. Essa diversidade de formações permite transformar a Yuna em um ecossistema literário que conecta os mundos físico e virtual.
Outro motivador é o impacto de aplicar o aporte em dólar no desenvolvimento da plataforma no Brasil, o que fica muito mais competitivo do que se o processo ocorresse nos Estados Unidos, por exemplo. “Estamos criando um novo capítulo de livros para as famílias brasileiras. Tenho certeza de que o Brasil está preparado para ser a capital mundial de criar e contar histórias e fico muito feliz em poder contribuir para essa jornada”, conta Markham.
Depois do Brasil, Yuna está pronta para chegar aos mercados internacionais. Markham adianta que já está em busca de escritores, ilustradores e editoras para produção de conteúdo autoral, assim como de distribuidores que estejam preparados para a revolução que o mercado infantil está passando. “O caminho que escolhemos é o de combinar o melhor da criatividade e sensibilidade de profissionais humanos com a potencialidade das novas tecnologias para construir um ecossistema que não conhecerá fronteiras geográficas e chegará a todas as crianças do mundo”, finaliza o fundador.
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