Atuar no setor de tecnologia me faz olhar atentamente para as indústrias, seus desafios e oportunidades. E hoje elas enfrentam o que alguns pesquisadores chamam de “policrise”, que são múltiplos fatores de instabilidade global, como a emergência climática, as tensões geopolíticas, o surgimento de novas doenças e a desaceleração econômica.
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Tivemos recentemente a Black Friday, que atrai as atenções para o segmento do varejo, uma das indústrias mais sensíveis no momento. No Brasil, os varejistas vêm sofrendo com os juros altos, a perda do poder de compra do consumidor e enfrentando mudanças nos hábitos de consumo. Ao mesmo tempo que navegam em um mar de ferramentas tecnológicas – ainda mais promissoras com o avanço da Inteligência Artificial Generativa na nuvem – que são capazes de inovar a forma de consumo, revolucionar a experiência de seus clientes e de ajudá-los a se manterem competitivos, mesmo nesse cenário tão complexo. Considerando, inclusive, que a forma como as pessoas compram vai mudar e, com isso, o varejo também precisa encontrar novas formas de pensar e entregar.
Mas afinal, como o varejo pode se preparar para o futuro? Este que é o maior empregador privado do nosso país (8,5 milhões de pessoas) e que movimentou mais de 4 trilhões de reais em 2022, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Projetar esse futuro também interessa muito para o setor de tecnologia e por isso sempre buscamos nos manter atualizados sobre as novidades e desafios do varejo, seja frequentando eventos super reconhecidos, como por exemplo a New Retail Federation (NRF), ou nos concentrando em conversas constantes com nossos clientes para extrair insights e aprendizados. Com base em tudo o que temos visto, acredito que a mentalidade de sucesso para este setor no momento seja: fazer o básico bem-feito. Pode parecer óbvio, até clichê, mas fazer o básico no varejo não é tão simples assim.
Como a conjuntura macroeconômica exige cautela para 2024, a busca pela máxima eficiência operacional se torna primordial e, portanto, o que chamo de básico bem-feito também.
Para criar essa base, é preciso começar da estratégia – a partir da definição do público-alvo – para depois pensar em garantir que a compra/produção e a venda sejam eficientes em relação a preço, quantidade e formato. Com isso, são quatro os principais pilares que envolvem a escolha e adoção de sistemas operacionais inteligentes: Financeiro e Contábil; Atendimento/Operação de loja (física ou e-commerce); Planejamento de Demanda e Distribuição; e Gestão de Mercadorias (estoque).
Depois desses pilares estruturados, o percurso para investir em tecnologias disruptivas com certeza será mais seguro e bem-sucedido. Por isso, compartilho com vocês alguns caminhos e tendências que na minha visão particular vão na direção de um varejo mais sustentável e inovador.
1. Comércio Unificado
Este conceito é a evolução do que a gente conhece como omnichannel. Nela, uma única plataforma que faz a conexão de toda a jornada do cliente sem qualquer atrito na experiência online ou no mundo físico – e isso inclui a área de atendimento e vendas, assim como estoque, logística, meios de pagamento, e outros.
2. Hiperpersonalização
Outra tendência do setor é a profunda compreensão dos desejos e necessidades de cada consumidor, que está muito mais informado e exigente. Isso só é possível a partir da unificação dos dados nesse ambiente único e inteligente, que favorece também um atendimento mais próximo e humano, mesmo que no digital.
3. Experimentação
Muitas lojas estão correndo para oferecer uma experiência cada vez mais imersiva, explorando espelhos de realidade aumentada, visualizações 3D de produtos e showrooms virtuais. Já é bem comum, por exemplo, você experimentar um tênis em uma loja de esporte e poder testá-lo jogando basquete ou chutando no gol. Outro exemplo prático é a realidade virtual auxiliando os usuários no maior desafio da compra de roupas online, que é saber como a peça pode ficar no seu corpo. Hoje, já existem empresas que conseguem simular o caimento do tecido nas medidas exatas da pessoa. Com certeza uma experiência que faz a diferença na tomada de decisão!
4. Sustentabilidade
Esta, eu nem chamaria de tendência, mas de compromisso, já que estamos diante de uma crise climática e de escassez de recursos. Existem no mercado uma infinidade de soluções e práticas para reverter a lógica de produção e consumo predatória para uma baseada em reuso, reciclagem e redução.
O varejo é fundamental para a inovação e desenvolvimento regional, além de ser um dos grandes empregadores do país. Por isso, é um setor em que estar atento às tendências e oportunidades pode fazer toda a diferença.
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