A Inteligência Artificial já é uma realidade no nosso dia a dia. Tanto para agilizar processos, ganhar produtividade quanto para extrair insights, colaboradores de diferentes segmentos de empresas nacionais e multinacionais têm usado cada vez mais soluções como ChatGPT, Midjourney, Bard, Stable Diffusion e outros produtos e serviços com base em IA Generativa.
O relatório “The economic potential of generative AI: The next productivity frontier”, da McKinsey & Company, mostra que a aplicação da Inteligência Artificial Generativa em diferentes indústrias deve movimentar de US$ 2,6 trilhões a US$ 4,4 trilhões na economia mundial anualmente a partir de 2023.
A tecnologia é uma referência, mas, assim como seus benefícios, ela pode trazer alguns riscos, principalmente quando se trata dos dados e ativos intangíveis que viriam a ser compartilhados em plataformas. Diante desse desafio, a melhor forma é orientar os colaboradores da companhia sobre o uso dessas soluções com mais segurança.
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Imagine a situação: uma equipe de marketing utiliza o Midjourney para criar imagens que irão compor uma nova campanha publicitária. Antes, as pessoas teriam que alinhar com o departamento financeiro para aprovar o orçamento, conversar com o supervisor da área para aprovar a campanha e acionar a área de tecnologia para desenvolver as ferramentas necessárias. Com a IA Generativa, basta criar uma conta, efetuar o pagamento e começar.
Embora esse produto democratize o uso da tecnologia e abra as portas para que outras áreas realizem o trabalho, a empresa pode perder o controle sobre a cibersegurança da companhia. É um risco que deve ser levado em consideração pelas lideranças, por isso é tão importante colocar os holofotes sobre o tema.
Quais são os riscos do uso de IA relacionados à cibersegurança?
Em primeiro lugar, os dados sensíveis que podem ser compartilhados na plataforma, como informações confidenciais de clientes, produtos e serviços, assim como aqueles usados oferecidos por ela para a criação de algo teoricamente autoral.
Como essas soluções conectam milhões de informações diferentes da internet para responder à demanda do usuário, sua empresa pode se expor ao risco de plágio.
Outro ponto importante é a questão de assinaturas individuais, que podem violar a governança e as políticas financeiras da companhia. Nesse caso, é importante entender caso a caso, de acordo com as regras de cada companhia.
Por fim, existe o cuidado com os Direitos Autorais e o uso de Propriedade Intelectual. Afinal, quando um modelo de IA Generativa sugere um novo design, um texto ou uma ideia com base em um comando, quem é o autor? O que acontece quando a tecnologia plagia uma fonte? Essas discussões devem ser levadas em consideração quanto ao seu uso.
Como evitar esse tipo de problema no futuro?
Em primeiro lugar, proibir não é o melhor caminho. Além de não evitar seu uso, essa medida só vai dificultar o acompanhamento e o controle sobre ele. O ideal é educar. Então, procure estabelecer um programa de utilização responsável da Inteligência Artificial, orientando os colaboradores sobre a melhor forma de utilizar a solução no cotidiano.
Para acompanhar cada etapa, a empresa pode criar um comitê que monitora a utilização das ferramentas contratadas e analisa com mais agilidade às solicitações de outras, retornando rapidamente com a permissão ou negativa, sempre apontando os riscos daquela solução.
Com isso, é possível estabelecer uma relação de confiança com os colaboradores, além de mostrar transparência nos processos.
É fundamental contar com o apoio do departamento jurídico ou até com uma assessoria especializada em Propriedade Intelectual para acompanhar de perto essa mudança. Diante de tanto potencial que a IA Generativa pode oferecer para a empresa, é inevitável que ela seja adotada pelos colaboradores.
O uso difundido e mais profundo da Inteligência Artificial é mais do que uma mudança tecnológica. É uma transformação cultural. Por isso, é essencial garantir que tudo seja feito de forma transparente e sem riscos para a empresa.
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