Por Bruna Galati
O investidor-anjo é uma pessoa física – empresários, executivos e profissionais liberais – ou jurídica que faz investimentos em startups com seu próprio capital. Costuma trazer uma grande bagagem de conhecimento que agrega valor para o empreendedor, tem uma participação minoritária no negócio e não tem posição executiva na empresa, mas atua como mentor.
Segundo a Anjos do Brasil, no Brasil, há mais de 7.615 investidores-anjo. O país tem um grande potencial para ter novos anjos, mas muitos empresários ainda não sabem por onde começar e quais caminhos seguir. Para isso, o Startupi entrevistou o investidor-anjo Fernando Seabra, veja as dicas:
1. Por onde começar?
Seabra explica que é preciso entender primeiro o que na realidade é um investidor-anjo. Depois que a startup passa pela sua fase inicial, o anjo entra com o principal objetivo de alavancar o negócio. “Não é uma atividade filantrópica, e sim um investimento”, cita ele.
O investidor-anjo tem como objetivo aplicar dinheiro – pouco capital para começar – em negócios com alto potencial de retorno, que tem grande impacto positivo para a sociedade através da geração de oportunidades de trabalho e de renda, além da criação de novas soluções para o mercado. Mas é um investimento de alto risco, uma vez que não possui previsibilidade ou garantia de rentabilidade, por ser uma startup nova.
Esses investidores receberam o termo “anjo” porque além do capital investido, trazem o smart money, que é o apoio ao empreendedor, o compartilhamento de conhecimento, a conexão com novas redes de relacionamento e orientações para aumentar suas chances de sucesso.
Por fim, Fernando cita que o investidor-anjo costuma investir em plataformas de crowdfunding – captação de recursos pela internet por meio de diversas pessoas -, e em pool de investidores. Além de coinvestirem em áreas que já tem conhecimento ou já atuaram antes.
2. Precisa ser empreendedor?
“Não, mas diria que o know-how em alguma área de interesse é requisito essencial para o smart money ser verdadeiro. Dinheiro por dinheiro, pode sair caro para o empreendedor e é alto risco investir sem experiência ‘de negócios’, não necessariamente ‘do negócio’ em si”, explica Seabra.
3. Qual caminho seguir?
Envolvimento com o ecossistema
Seabra cita que é fundamental ter contato com o ecossistema de inovação e startups, participando de eventos presenciais e online, trocando experiências com outros colegas anjos e fazendo novas conexões. Além de gerar networking, faz com que o novo investidor-anjo se acostume com o setor que está se envolvendo, uma vez que sempre há um choque de cultura.
Escolha das startups
Para a escolha das startups, Fernando explica que é necessário buscar negócios que sejam do interesse do investidor, assim ele terá mais chances de contribuir para o fomento da empresa. Também é necessário ter um equilíbrio entre coração e razão, é preciso aprender a investir de forma balanceada.
A análise do negócio é essencial para a investida de sucesso. Estude o perfil do empreendedor, sua startup e a área de atuação e faça as seguintes perguntas: esse empreendedor é a melhor pessoa para esse negócio? Há potencial de crescimento e metas já traçadas? Você pode ajudar a atingir as metas? Terei tempo disponível para ajudar nesse negócio?
4. O que ler?
Seabra lembra que entender como o mundo está é essencial para entrar no ecossistema de startups, por isso é importante fazer algumas leituras para viver a inovação.
– Inovação Radical – Pedro Waengertner
– Smart Money – João Kepler
– Nova Economia – Diego Barreto
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