Para quem é do meio empreendedor, a Avante.com é uma startup ligada ao mundo financeiro, mas, aos olhos das autoridades reguladoras, trata-se de apenas mais um correspondente bancário. Só que esse faz as coisas de um jeito um pouco diferente. A empresa abre um canal para que os usuários possam adquirir pela internet o crédito para comprar casas, imóveis, cursos e até festas, citando apenas alguns exemplos. Eles também fecharam uma parceria para levar as informações do serviço a pelo menos cinco favelas brasileiras.
Quem me contou sobre a chegada ao mercado da empresa foi Bernardo Bonjean, cofundador e CEO do projeto. O serviço foi colocado no ar em dezembro, mas só agora começa seu trabalho de divulgação no mercado. “Estamos tocando o projeto com a empresa aberta desde abril de 2012, mas, antes disso, fizemos o nosso dever de casa, conversando com órgãos reguladores, bancos e clientes”, conta o executivo, que toca o negócio com outros cinco sócios e tem o apoio de quatro investidores anjo –segundo ele, os sócios fundadores também contribuíram no aporte inicial da empresa.
“Fizemos esse estudo do mercado e enxergamos uma grande oportunidade de trazer uma experiência nova, que fosse 100% online. Não fazemos nenhum tipo de contato presencial e não temos comissões altas. Negociamos uma comissão menor com os bancos para ter uma taxa menor para o cliente”, diz Bernardo. “Acreditamos que a agência bancária não é o canal do futuro.”
O primeiro produto financeiro sendo vendido pela Avante é o consórcio, que eles avaliam que ter movimentado R$ 80 bilhões no ano de 2012 no Brasil. Eles optaram por ser um correspondente bancário e, efetivamente, fechar o negócio com o cliente, dividindo a comissão com o banco e sem cobrar extra do usuário.
Para vender os consórcios, eles fecharam parcerias com Banco do Brasil (BB Consórcio), Itaú (Consórcio Fiat), Consórcio Luiza, Porto Seguro Consórcio, Mitsubishi, Suzuki, Disal e Kasinski. Eles também fecharam uma parceria com a Smartia para a venda de seguros online.
Bernardo afirma que encara o ano de 2013 como o “ano do aprendizado” da Avante. “Estamos vendo o que funciona ou não e temos conseguido crescer todos os meses”, diz ele. Atualmente, a empresa tem 20 funcionários, incluindo um time de consultores que conversa com os usuários, se eles quiserem tirar dúvidas antes de fechar o negócio.
Educação e favela
Além da questão do crédito, Bernardo falou bastante sobre a missão de educar da Avante. Segundo ele, a startup quer “ser boa onde o banco não é bom”. “A gente sabe que o cliente educado tem o poder de escolha e isso é estratégico. Queremos ter a marca da transparência”, diz o executivo.
A startup também está articulando a formação de uma comunidade de crowdsourcing envolvendo educação financeira. “A pessoa vai poder colocar a pergunta e ter uma resposta dada pelo banco, por exemplo”, conta. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Harvard e Bernardo conta que está promovendo o projeto junto às instituições financeiras.
O CEO também afirmou que a Avante fechou uma parceria com a Favela Holding para fechar um piloto que leva o serviço a ao menos cinco comunidades brasileiras –eles dizem que é “de cinco a dez comunidades”. “A Avante.com promoverá treinamentos para que os líderes das comunidades possam levar as informações dos benefícios do consórcio para o público final atrelado à educação financeira”, diz a companhia. Com o tempo, a ideia é expandir isso para 412 comunidades em todo o Brasil.
Foto: Bernardo Bonjean/Divulgação