A Smartbill, plataforma de gestão de contratos recorrentes, anunciou recentemente a adição de um novo executivo ao grupo: Thiago Sarraf. Ele chega a startup vindo do mercado de e-commerce para liderar o time de vendas da Smartbill, que iniciou suas operações ainda em 2013, com um aporte da Usina e da Internet Intelligence.
O fundador da empresa, Mauricio Kigiela, é só elogios à sua nova contratação. “Nós precisávamos de um profissional que entendesse a demanda das empresas de serviço do segmento de Economia da Recorrência, que pudesse navegar entre as diversas áreas dos clientes e que fosse experiente em internet, uma vez que todas as soluções do Smartbill são ‘na nuvem’, ou seja, acessíveis via web”, disse o sócio, segundo um comunicado divulgado.
Bati um papo com Thiago na última semana para saber mais sobre o executivo que chegou à companhia para gerar dinheiro.
Do marketing ao e-commerce
“Vim do marketing e fiz muitos cursos de negociação. Passei pelo mercado corporativo e trabalhei em grandes corporações, como Compaq, HP, Microsoft, iG, mas sempre tive um tino mais empreendedor. Eu sempre tive essa necessidade. Coloquei na cabeça que ia ser um executivo e comecei a seguir o caminho. Tive vontade e sorte e estava no momento certo.
Com 18 anos, eu já tinha uma equipe na Compaq. Só que eu queria fazer algo, criar. Sempre fui ligado à internet. Passei por TI, hospedagem, internet e entrei no e-commerce.
Ao mesmo tempo, sempre tive vontade de aprender. Comecei a estudar o e-commerce há cerca de oito anos e também comecei a palestrar e aparecer um pouco no mercado. Tentei montar com um amigo e deu super errado. Acho que o erro é um exercício de aprendizado real. Tem que ter esse processo, a gente errou muito. Eu, como pessoa física, já me quebrei financeiramente umas três vezes.
Por muito tempo, tentei empreender junto com o trabalho, mas quando me deparei com a chance abri uma agência de e-commerce. Isso foi em 2009, era uma agência 100% especializada e a gente montava o e-commerce. Não a plataforma, já que havia parceiros pra isso, mas eu estruturava o plano de negócios da loja, tudo o que era virtual, o marketing, a central de vendas, e-mail marketing. Deu certo e começamos a ter uma visão no mercado.
A empresa foi evoluindo e nós tínhamos essa questão educativa e colocávamos bastante conteúdo no site da agência. Mas agência é difícil, já que 80% dos custos vão para a folha de pagamento, além da tributação. Acabei fazendo uma transição para sair de lá e o Maurício me chamou pra vir pra Smartbill.”
Na Smartbill
“Cuido do comercial e do marketing, para trazer dinheiro pro produto. A gente tem uma postura de parceria com o cliente, porque estou dando viabilidade financeira pra ele e mexendo com dinheiro. O nosso produto é o gerenciamento da recorrência de pagamentos e a gestão de faturamento e receita.
Estamos procurando educar o pessoal a discutir esse tema. Lá fora, a ‘subscription’ é muito disseminada. Os negócios estão começando a migrar pra nuvem e surge a receita recorrente, que consegue dar viabilidade financeira para algo que era muito caro há dez anos. Só que quando a empresa dá essa viabilidade financeira, ela cria um modelo, que pode acabar limitando as operações. É preciso uma ferramenta para saber quem pagou ou não, se um cliente está ativo ou não e até para indicar quem deve ter o serviço suspenso.
Conseguimos dar para o cliente uma flexibilidade comercial, para ele começar a usar modelos que não conseguia antes. Por exemplo, o Netflix poderia lançar um modelo em que o cliente paga R$ 10 a mais e tem direito a filmes de lançamento, mas só quer isso em alguns meses. Contabilmente, isso é uma loucura para a empresa, para liberar só um mês um serviço. Mas essa oportunidade pode ser usada e dá pra evitar a perda de receita e gerar mais receita.
O custo para a empresa sai por a partir de R$ 999 por mês, mas é um investimento. Para quem tem 100 assinaturas –e isso não é difícil—e cobra R$ 100 de cada pessoa, já ‘se paga’ o valor. Com a plataforma, o dono da empresa fica sabendo quem está pagando, pode enviar lembretes de pagamento e não desperdiça o serviço com quem não paga.
No Smartbill, o empresário pode, por exemplo, ter acesso a todo o histórico financeiro do seu cliente, saber se ele é um bom pagador, além de reduzir a inadimplência.”
Nós já falamos sobre a Smartbill aqui.
Foto:Dave Dugdale