Não é segredo pra ninguém que a evolução tecnológica colocou em cheque o funcionamento de alguns mercados, incluindo o da fotografia. Todo mundo tem um celular na mão, todo mundo pode fazer um curso online de fotografia e todo mundo se acha um pouquinho fotógrafo, criando um problema para quem é fotógrafo profissional e vive disso. A startup Photocard, de Ribeirão Preto (SP), está usando o turismo para tentar mudar essa situação.
O produto da empresa permite que fotógrafos moradores de locais turísticos possam captar e vender fotos para os visitantes do local. Funciona assim: durante um passeio, o fotógrafo acompanha o grupo de turistas, entrega um cartão com o código para o usuário e faz as fotos. No hotel ou chegando em casa, o usuário acessa o site da empresa, digita o código do cartão, visualiza as fotos e compra só as que gostar.
Por enquanto, as fotos serão vendidas por meio de download digital e, posteriormente, haverá maiores opções, segundo Rodrigo Caldeira Ramos, um dos criadores da ideia.
Ele afirma que a ideia é atrair fotógrafos freelancers, estudantes de fotografia e mesmo os que são profissionais e estão com uns dias vagos. A Photocard fica com uma porcentagem da venda e os fotógrafos fazem um dinheiro extra –o cofundador da startup já comemora o início das vendas, na plataforma ainda em fase de testes.
Rodrigo conta que pensou na criação da empresa durante sua lua de mel em Paris. “Percebi como era difícil ter fotos bacanas minhas e da minha esposa naquela cidade linda e numa ocasião especial”, afirma. Em fevereiro deste ano, durante a Campus Party, Rodrigo se juntou aos sócios Cristiano Cairoli e Sheldon Demario para criar o protótipo do produto.
O modelo de negócios da Photocard não é inédito. Ele se parece bastante com o Disney Photopass mas, segundo Rodrigo, a ideia é escalar esse modelo para nível mundial. “Estamos testando o produto no Brasil, mas o foco é levar o negócio para o mundo, para que qualquer fotógrafo possa usar”, afirma Rodrigo –os testes estão acontecendo no Rio de Janeiro e em Jericoacoara.
Segundo ele, a própria comunidade de clientes fará uma espécie de seleção natural entre os profissionais: quem não fizer boas fotos, não realizará vendas. O sócio garante que os fotógrafos estão aceitando bem a ideia. “É uma coisa nova pra todo mundo, mas, de bate pronto, eles gostam. É uma forma nova de ele ganhar dinheiro, e pode fazer no tempo livre”, afirma.
Por enquanto, a Photocard funciona com dinheiro próprio, mas eles estão procurando uma aceleradora.
Foto do post por nomanson, disponibilizada em CC (veja o link original)