* Por Ricardo Fioravanti
A multiplicidade de tecnologias disponíveis atualmente resolve grande parte dos problemas dos varejistas, mas também pode confundir suas cabeças. Escolher a solução tecnológica mais aderente ao negócio não é uma decisão fácil a ser tomada e, no afã de querer ter o que há de mais moderno na área, muitos escolhem ferramentas que não acrescentam nada ao dia a dia da empresa. Inovar é importante, sem dúvida, mas só vai proporcionar o resultado esperado se vier acompanhado de uma boa gestão e execução de todos os projetos.
A analogia é simples, mas totalmente verdadeira: inovação sem planejamento e investimento é um carro sem motor. Ou seja, não vai sair do lugar. Por isso, a transformação digital precisa estar acompanhada de uma verdadeira transformação cultural. Esse é, sem dúvida, o primeiro passo a ser dado. Inovar implica não ter medo de errar e, para que isso aconteça, é fundamental ter coragem, confiança e parceiros que possam orientar e ajudar a chegar onde se pretende.
Nesse sentido, conhecer a jornada de compra do cliente é o caminho a ser percorrido pelos empreendedores. Quando se sabe o que ele quer, suas necessidades e seu comportamento, fica mais fácil definir prioridades e identificar onde é preciso investir primeiro. Os dados que informam isso já estão aí, prontos para serem utilizados, mas é o refino adequado e a interpretação inteligente que possibilitam às empresas decifrarem o perfil dos consumidores e atendê-los de forma eficiente e surpreendente.
Durante a caminhada, algumas barreiras precisam ser superadas. Além da confiança, é preciso demonstrar capacidade e expertise para escolher as melhores ferramentas para o negócio. A maturidade em aceitar que, sem inovação, a empresa ficará para trás deve ser trabalhada com o apoio da cúpula da empresa em prol de uma cultura de inovação e disrupção, fazendo diferente para conquistar resultados melhores. Além disso, admita que os clientes já estão digitais e que é necessário acompanhar essa tendência se quiser conquistar a preferência dos consumidores e promover sua fidelidade em diferentes canais – conceito de omnichannel.
A boa notícia é que mercados mais consolidados do que o brasileiro já mostraram ser possível combinar inovação, gestão e execução. Assim, com conhecimento, atitude, humildade e disposição para aprender e colocar em prática o que eles têm a ensinar, é possível crescer de forma robusta no varejo nacional. Trabalhar em parceria, a quatro, seis ou oito mãos, e ter uma mente aberta para aceitar críticas e sugestões de outros profissionais agregam informações úteis e valiosas, permitindo rever conceitos e a própria forma de atuação da empresa, tendo como foco a melhoria dos processos e um melhor resultado.
A China revela-se um exemplo a ser seguido nesse caso. O varejo chinês trouxe importantes lições que podem ser incorporadas pelas empresas brasileiras. Agilidade, objetividade, ganhos de escala e tecnologia de dados com inteligência permitem que os varejistas daquele país se antecipem às demandas dos clientes, promovendo um atendimento personalizado e eficiente. Em outras palavras: é oferecer o produto certo, na hora certa e ao cliente certo! Isso aumenta a satisfação das pessoas e, consequentemente, a performance do negócio.
Evidentemente ainda vivemos uma situação atípica com a pandemia de covid-19, que embaralhou o varejo como um todo em 2020. Por conta disso, o varejista brasileiro percebeu de forma definitiva que, para atravessar uma crise, precisa estar mais bem preparado não só com bons produtos ou serviços, mas ir além e entregar qualidade e agilidade no atendimento a um consumidor cada vez mais exigente, informado e que espera ser tratado de forma personalizada. É um desafio que só as tecnologias adequadas e adotadas de forma correta conseguem vencer.
Ricardo Fioravanti é diretor de Marketing e Vendas na FX Data Intelligence, empresa que oferece inteligência para o varejo por meio de visão computacional e inteligência artificial – fx@nbpress.com .