O Instagram afirmou ontem, por meio de seu blog oficial, que vai tomar medidas em relação às denúncias que têm recebido de que a empresa tem suprimido vozes da comunidade negra, além do questionamento constante sobre produtos e políticas da rede social tratarem todos igualitariamente. O texto foi escrito por Adam Mosseri, head da empresa.
Ele destacou como ironia o fato do Instagram ser uma plataforma que eleva vozes negras, mas ao mesmo tempo, uma rede social onde o mesmo público passa por assédio, tem medo de ser “shadowbanned” (ato de bloquear ou bloquear parcialmente um usuário ou seu conteúdo de uma comunidade online, para que não seja evidente para o usuário que ele foi banido) e discorda de remoções de conteúdo. Mosseri reforçou que este é um momento em que pessoas ao redor do mundo exigem, com razão, ações em vez de palavras, e que isso começa por reconhecer experiências e desafios que grupos sub-representados, como a comunidade negra, enfrentam quando usam o Instagram.
“Fizemos um amplo trabalho para entender melhor o impacto que nossa plataforma tem em diferentes grupos e isso nos ajudou a chegar onde estamos hoje. Mas acho que há mais o que fazer em algumas áreas-chave, o que se encaixa nos compromissos mais amplos da empresa. Precisamos apoiar melhor a comunidade negra em nossa própria organização e em nossa plataforma”.
Para analisar a situação, será conduzida uma investigação para revisar quatro pontos do aplicativo: as acusações de assédio, a prática de verificação de contas, o método de distribuição de conteúdo e os aspectos técnicos do algoritmo.
Segundo o head, esse trabalho levará algum tempo, mas a empresa afirma que trará atualizações nos próximos meses. “Esses esforços não param com as disparidades que as pessoas podem experienciar somente com base na questão racial; também analisaremos como podemos servir melhor a outros grupos sub-representados que usam nosso produto. O feedback que recebemos ao longo dos últimos anos de comunidades como a LGBTQI +, ativistas de positividade corporal e artistas nos ajudou a criar um produto mais inclusivo”, afirma.