* Por Eliane Davila dos Santos
No ano de 2016, quando comecei a organizar meus pensamentos a respeito da escrita de minha tese, procurava um norte, um caminho que me conduzisse ao primeiro passo desta aprendizagem que me acompanharia pelos próximos quatro anos.
Quando me adentrei no labirinto da pesquisa, descobri que o ato de pesquisar é um feito aventureiro visto que o pesquisador ou pesquisadora, durante um tempo, busca equilibrar seus desejos pessoais com a virtude e a cautela de projetar, de forma coerente, seu estudo, conforme preceitos científicos e acadêmicos que uma pesquisa deve ter.
Este estudo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Processos e Manifestações Culturais, da Universidade Feevale inserindo-se na linha de pesquisa Linguagem e Processos Comunicacionais. A temática da pesquisa abordou a pertinência de uma maior representatividade da mulher empreendedora, sócia de empresas, para o desenvolvimento de ambientes de inovação e empreendedorismo. Assim, não podemos pensar em inovação, tecnologia e empreendedorismo sem considerar o crescimento da participação feminina neste processo.
Este estudo pode ser considerado como interdisciplinar, de caráter exploratório e descritivo que conectou aspectos culturais, identitários, ergológicos e empreendedores, por meio de uma pesquisa de campo, a partir de materialidades discursivas de entrevistas com 10 mulheres empreendedoras.
A pesquisa possui destaque porque defende a seguinte tese: as mulheres empreendedoras, sócias proprietárias e empresas, em parques científicos e tecnológicos, são propulsoras de transformação socioprofissional, na proposição de elevar a representatividade feminina neste lócus, bem como evidenciar, nas e pelas práticas discursivas, a dimensão subjetiva e singular, do fazer laboral, reconhecendo-se como protagonistas e realçando os preceitos de equidade na construção de sociedades mais sustentáveis.
O debate sobre a participação da mulher empreendedora em Parques Científicos e Tecnológicos congrega, de forma mais ampla, os conceitos que discutem e problematizam as questões econômicas e sociais da atualidade.
Em uma sociedade, cuja gestão empreendedora, muitas vezes, valoriza os aspectos econômicos empresariais de como gerar lucro ou obter resultados financeiros em detrimento aos aspectos humanos, torna-se desafiador sustentar a ideia da necessidade do olhar para as pessoas e para a atividade de trabalho. A mulher empreendedora, nesse aspecto, apresenta-se como um ser humano ativo de produção de saberes no contexto de inovação e empreendedorismo.
Compartilho com vocês o link que permitirá a leitura da pesquisa na íntegra. O estudo pode ser considerado referência na temática no Brasil, pois nos últimos cinco anos, no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com a expressão de consulta “mulheres empreendedoras” foram localizadas apenas duas teses neste banco de dados. Boa leitura!
Acesse a tese na íntegra aqui.
Doutora e Mestre em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale. Desde 2016 é integrante do projeto de pesquisa Cultura, Comunicação e Trabalho: práticas linguageiras e a construção do sujeito e da identidade em situação de trabalho, com o objetivo de abordar a atividade laboral mediante interface entre as noções de cultura, de comunicação e de linguagem e trabalho.