* Por Pedro Signorelli
Venture Capital, ou Capital de Risco, é uma modalidade de investimento em que um investidor (ou um grupo de investidores) aplica(m) capital em uma empresa com alto potencial de escala. Em alguns casos, o objetivo vai além de simplesmente aplicar capital na empresa para ajudá-la a crescer, também tentando influenciar no andamento e na gestão do negócio.
No Brasil, o mercado de Venture Capital se encontra em fase de desenvolvimento, porém, é o maior da América Latina e a tendência é que continue a crescer de forma exponencial. Segundo dados da Crunchbase, o investimento global em capital de risco atingiu US$ 125 bilhões durante o primeiro trimestre de 2021, sendo um recorde de funding para startups.
Como não poderia deixar de ser, pelo próprio nome, os desafios são inúmeros. VCs costumam apostar em diversos produtos ou negócios que estão engatinhando e que têm alto potencial de retorno. Por essa razão, investem em várias empresas ao mesmo tempo para que, pelo menos uma, dê algum retorno. A natureza desse tipo de investimento é considerada de altíssimo risco.
E se você tivesse a possibilidade de reduzir os riscos desse investimento? Alguém rejeitaria a ideia? Estamos falando de milhões, bilhões! Imagina se você pudesse tomar as melhores decisões de investimento porque você tem mais informação e mais base. Normalmente, você diminui o risco na medida em que diminui o potencial de ganho… e se você não precisasse fazer isso? Não só mantendo o potencial de retorno, pois este está no mercado a ser endereçado, mas também aumentando a probabilidade da organização investida obter êxito na sua trilha de validação de seu produto ou modelo de negócio.
O produto é um ponto importante que deve ser avaliado antes da realização de um investimento de risco. As startups são ótimas com ideias. Inclusive, algumas pessoas se reúnem em torno desta boa ideia e tentam colocá-la em prática. Porém, um erro comum é achar que essa ideia pode se transformar em um produto potencialmente bom e que isso seja o suficiente para garantir o sucesso.
John Doerr diz que ideias são fáceis, mas que a execução é tudo. Ter a ideia inicial para o produto é algo fantástico, mas sem uma estratégia adequada, existem grandes chances de não vingar e não ter futuro. O ponto é que para que uma estratégia de produto funcione corretamente e consiga salvar sua ideia inicial, é primordial ter também uma estratégia de negócios.
Para que estas ideias e estratégias deem fruto é preciso um ambiente de gestão adequado, afinal, por se tratar de um ambiente formado por alta incerteza, se você não tiver elementos como disciplina, persistência e capacidade de aprender, você não vai muito adiante só com empolgação.
É neste cenário que entra OKR – Objectives and Keys Results – Objetivos e Resultados Chaves, uma poderosa ferramenta de gestão e também de execução da estratégia, que reúne os elementos necessários para transformar uma boa ideia em um negócio de sucesso. Isso acontece porque os OKRs se baseiam em princípios e benefícios, como alinhamento, foco, disciplina, ambição, engajamento, por meio de ciclos curtos, contribuição bottom-up e aprendizado.
Sendo assim, se uma startup precisa de dinheiro para levar sua ideia adiante, precisa dos OKRs na mesma medida. Quando um investidor pensa em aplicar o dinheiro em uma boa ideia, com alto potencial de retorno, é fundamental minimizar o risco. E para conseguir isso, precisa utilizar o OKR para obter o auxílio e o suporte necessários. Para uma organização com baixa maturidade, ter processos maduros de aprendizados em ciclos curtos é a chave para trilhar um caminho de sucesso.
Pedro Signorelli é especialista “insider” na implementação de OKR em empresas de diversos tamanhos e segmentos, e ministrando palestras e workshops de implementação de OKR.