* Por Renato Alves
Muito diferente do que imaginamos, o cenário pós-pandemia tem se consolidado de forma muito positiva. Mesmo com o período eleitoral, que ocorrerá no final de 2022, se aproximando, vemos muitas empresas crescendo, a taxa de desemprego recuando e o setor das startups se manteve como a grande aposta dos investidores. O cuidado daqui em diante é manter o sentimento positivo e entender exatamente o que dará força para prosseguirmos.
Segundo o estudo Inside Venture Capital, criado pela Distrito, o volume investido nesses negócios nos dois primeiros meses de 2022 superou o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e fevereiro, US$ 1,36 bilhão foram investidos em startups brasileiras. O valor se mostra superior ao US$ 1 bilhão registrado em 2021. E, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, existem no Brasil mais de 14 mil empresas desse modelo no Brasil.
Apresentado tudo isso, a pergunta que fazemos a nós mesmos é: como o ano eleitoral pode impactar esse ecossistema? A resposta é simples: o aumento dos impostos e da inflação podem ser grandes empecilhos para empreendedores que estão começando e, muitas vezes, precisam de grandes aplicações para se manter de pé. A preocupação é tão grande e vem impactando tanto que um estudo feito pela CB Insights, plataforma de análise de negócios e banco de dados global, mostra que 38% das startups faliram por conta de falta de dinheiro ou dificuldade de conseguir investimentos.
Podemos analisar que a inovação e tecnologia, pontos chave dessas empresas, que criam empregos e trazem ao mercado uma visão diferente daquilo que estamos acostumados a ver, ainda não são vistas como pilares relevantes de desenvolvimento econômico pela maioria dos principais candidatos. E, infelizmente, não podemos deixar de dizer o quanto essas oportunidades empregam de forma mais descentralizada, rápida e muitas vezes com salários maiores do que companhias tradicionais.
Reitero que os planos de governo são uma amostra da falta de profundidade nos debates que envolvem esses temas, principalmente nos impactos que eles trazem no desenvolvimento econômico e social do país. O resultado é ainda mais claro e assustador, pois se essas discussões são superficiais e rasas, simplesmente ninguém consegue transformá-las em políticas públicas que realmente resolvam os problemas vistos nos últimos tempos.
Mesmo assim, o momento pede atenção e, principalmente, muito conhecimento para saber lidar com qualquer tipo de problema que possa vir a aparecer. Assim como todo período incerto, as companhias precisam se preparar, apostar em tecnologia e muito mais do que isso, entender o que de fato trará o diferencial competitivo nesse cenário. Precisamos enxergar esse ano como uma oportunidade de fazer diferente e usar esses momentos incertos para destacar todos os pontos que nos fazem diferentes da concorrência. Lembre-se, se precisar de ajuda, conte comigo!
Renato Alves é Diretor de Expansão da Bicalho Consultoria Legal, empresa especializada em migração, internacionalização de negócios e franquias.