“Não se pode falar do futuro do varejo sem entender o papel que ele cumpre no mercado, na sociedade”, Antonio Sá, sócio fundador da Amicci, no relatório de tendências para saúde, educação, agro, marketing, varejo e serviços financeiros para os próximos anos, produzido peo Grupo Inova.
Embora o comércio tenha evoluído ao longo dos séculos com a sociedade, alguns novos desafios para o setor emergem a cada dia, como a forma de fazer o produto certo chegar a cada consumidor ou atrair a atenção do comprador ideal para determinado produto, além de barreiras de logística.
No documento, Antonio cita especialmente o papel dos marketplaces com gôndolas “infinitas” e preços muito abaixo dos praticados por varejistas. “As lojas físicas possuem uma grande limitação geográfica para acondicionar uma quantidade grande de produtos em estoque. Seria necessário um salão de vendas gigantesco para comportar mais de 200 mil itens à venda, além de representar um custo muito alto dado que os produtos com menores vendas representam muito dinheiro parado nos estoques”, comenta.
Outro ponto abordado pelo especialista é a quantidade sem precedentes que surgiram no mercado, dada a alta demanda do consumidor pesquisar, comprar e pagar online, como aplicativos de delivery, tacarejos, social commerces, influencers e até indústrias, que passaram a verticalizar negócios e concorrer diretamente com seus clientes, vendendo diretamente ao consumidor final.
Tendências para varejo e e-commerce
“Como definição, é importante que não mais façamos distinção entre o varejo e o e-commerce. Os dois são comércio. Os dois precisam fazer o produto certo chegar ao consumidor”, diz. Assim, ele lista as principais tendências para o setor:
Descontos
Consumidores estão cada vez mais buscando formas de encontrar produtos baratos. Assim, varejistas estão buscando formatos de desconto para garantir despesas baixas e o melhor preço ao consumidor final. Antonio destaca, como exemplo, grandes varejistas que quase não possuem colaboradores para prestar assistência aos clientes, garantindo assim uma operação de baixo custo e, consequentemente, preços mais baixos na ponta final.
Hiperconveniência
O consumidor prefere comprar onde for mais cômodo. Seja em casa ou no trabalho, ao comprar de lojas com preços baixos, as pessoas não querem perder o poder de compra e terem a conveniência de adquirirem produtos de qualquer lugar.
Além de aplicativos de entregas em poucos minutos, o relatório destaca lojas de conveniência em formatos expressos, como em postos de combustível e contêineres, e máquinas automáticas de vendas, como as encontradas em aeroportos e estações de metrô, que vendem desde alimentos a utensílios do dia a dia.
Varejo sem atritos
Processos demorados e burocráticos para o checkout do cliente podem trazer insatisfação e fazer com que o consumidor perca o interesse na compra, não só no online.
Por isso, o varejo físico está apostando cada vez mais em lojas sem filas para pagar, qualidade no atendimento ao cliente e um ambiente agradável, em que o consumidor consiga encontrar com facilidade o produto que precisa.
No online, é prioridade a velocidade da plataforma, boa navegabilidade do site, segurança de dados pessoais do clientes – especialmente de pagamento – e entrega dentro do prazo estipulado.