O Bitcoin saltou mais de 5% nesta sexta-feira, para novos recordes de US$ 41.530, revertendo as perdas do início da sessão.
A moeda digital mais popular do mundo caiu para US$ 36.618,36 na bolsa Bitstamp antes de se recuperar. O etéreo de criptomoeda rival aumentou 3% após afundar mais de 10%.
O Bitcoin subiu quase 1.000% desde a baixa de março. Chegou a US$ 30 mil pela primeira vez em 2 de janeiro, depois de ultrapassar US$ 20 mil em 16 de dezembro.
Alguns participantes do mercado alertaram sobre uma correção após o marco de US$ 40mil ter sido atingido, mas o bitcoin estava prestes a registrar sua 11ª sessão de ganhos nas últimas 12.
O aumento da demanda de investidores institucionais, corporativos e, mais recentemente, de varejo impulsionou o aumento do bitcoin, atraído pela perspectiva de ganhos rápidos em um mundo de rendimentos ultrabaixos e taxas de juros negativas.
“Estamos vendo um aumento contínuo da demanda impulsionado em grande parte pelo interesse institucional sustentado e sem precedentes, não mostrando nenhum sinal de diminuir à medida que avançamos para 2021”, disse Frank Spiteri, do gerente de ativos digitais CoinShares.
Os estrategistas do JPMorgan escreveram em 5 de janeiro que a moeda digital emergiu como rival do ouro e pode ser negociada por até US$ 146 mil se for estabelecida como um ativo porto-seguro.
O interesse na maior criptomoeda do mundo disparou no ano passado, com os investidores vendo o bitcoin como uma proteção contra a inflação e uma alternativa à desvalorização do dólar.
Os estrategistas de investimento do Bank of America disseram que a ação “violenta” dos preços inflacionários nos mercados ajudou a recuperação do bitcoin nos últimos dois meses, mas alertaram que a criptomoeda “explode as bolhas anteriores”, como a bolha das pontocom no final dos anos 1990, a China nos anos 2000 e o ouro nos anos 1970.
Gráfico: Bitcoin vs. hedges de inflação
Gráfico: bitcoin borbulhante
Perspectivas para 2021
Segundo João Canhada, CEO da Foxbit, o bitcoin pode chegar a US$ 200 mil se o efeito do halving se repetir. “A perspectiva para 2021 é a entrada de novos gigantes do mercado nesse segmento. Bilionários e grandes empresas devem seguir mesmo caminho e anunciar que estão trabalhando com Bitcoin ou investindo na criptomoeda como reserva de valor. Isso certamente trará impactos positivos na precificação do BTC”, destaca Canhada.
Já para Neto Guaraci, COO da startup de cashback em criptomoedas Coingoback.com e administrador de um dos maiores grupos de Facebook sobre bitcoin no Brasil, 2021 será o ano da ‘bancarização do Bitcoin’. “Em 2021 veremos a entrada das fintechs de cripto no setor bancário. Isso vai popularizar o acesso desses ativos digitais como nunca vimos antes. O bitcoin estará nas suas compras, no app do seu banco, no seu cartão, maquininha e por aí vai”, afirma Guaraci.
Segundo Isac Honorato, CEO do Coingoback.com, a narrativa do bitcoin se fortaleceu e os institucionais estão procurando outros criptoativos. “Recentemente a CME anunciou futuros de ether, esse é um movimento importante e uma clara sinalização de que outros ativos digitais podem ter sua vez. O bitcoin já é o ouro digital, qual será a próxima narrativa a se tornar realidade para o mercado?”