O Bitcoin, a principal criptomoeda do mundo digital, atingiu hoje a sua máxima histórica em reais, sendo negociada a R$70 mil. Após queda de quase 50% do preço em março, no início da pandemia, o ativo acumula hoje valorização que passa de 130% na moeda brasileira. Mesmo sendo negociado a U$12 mil, quantia distante da marca mais alta em dólar, a moeda alcançou número máximo no Brasil, por conta da depreciação do real perante o dólar.
Diante do atual cenário, as quedas no mercado de aplicações aconteceram repentinamente e as bolsas brasileira, americana, o ouro, a prata, o Bitcoin, as Altcoins viram seus ativos caírem bruscamente. O único ativo que não caiu, no Brasil, foi o dólar, que pulou, rapidamente, de 4 para quase 6 reais, em patamares nunca antes vistos.
Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade, corretora especializada no mercado brasileiro, explica que o fator determinante para a chegada da máxima na moeda no Brasil e não nos Estado Unidos é a desvalorização do real perante o dólar. “Outro ponto que é importante entender é que o criptoativo vem subindo no mundo todo e em outros países, como a Argentina, já atingiu sua máxima também por conta da queda do preço da moeda local perante a moeda americana”, explica o COO.
Quase tão rápido quanto a queda, foi a recuperação do Bitcoin em meio a pandemia. Em meados de abril, o preço já se encontrava nos patamares anteriores, e essa rápida recuperação chamou a atenção de investidores pelo mundo, que voltaram seus olhares para este mercado. “Esse comportamento de recuperação rápida também aconteceu com as bolsas, mas o Bitcoin ganhou destaque pela velocidade em que voltou aos patamares pré-covid”, complementa o executivo.
Histórico do Bitcoin
A última vez que o Bitcoin atingiu este valor máximo de negociações em real foi em dezembro de 2017. Na época, o preço na moeda americana também chegou ao seu recorde de U$20 mil. Logo após a criptomoeda atingir o valor de R$70 mil em 2017, teve uma queda de 31% em seu valor, duas semanas depois fechando o ano cotada a R$48.600. Em 2018 não foi diferente e a montanha russa foi instaurada na precificação da moeda.
Em fevereiro, o ativo foi negociado a R$21 mil, mas no fim do mês chegou a R$40 mil, média de valor que se manteve nos meses seguintes, até junho. A partir de setembro, o preço se fixou, mas em dezembro teve uma queda brusca de 10% em 24h. E nas semanas posteriores, o preço do Bitcoin acabou se desvalorizando 50%, chegando ao patamar dos R$12 mil.
O ano de 2019 começou mostrando a dificuldade do mercado em firmar o preço em um patamar mais alto. Até que em 2 de abril deste ano, a moeda foi valorizada quase 20% em 24 horas, chegando a alta de R$50 mil. “Desse ponto em diante, o Bitcoin passou a sofrer uma lenta desvalorização. Alguns movimentos nos davam esperanças, mas todas as fortes altas eram rapidamente compensadas por uma forte queda. Mas mesmo com a alta volatilidade do mercado, fechamos o ano com o criptoativo sendo negociado a R$29 mil e isso já representava uma valorização de 95% no ano”, relembra o COO.