* Por Exame.com
Jack Dorsey, fundador e presidente do Twitter, não usa produtos do Facebook. Nenhum deles. Dorsey deixou isso claro no podcast ‘The Boardroom: Out of Office’ recentemente, em que conversou com o investidor e empresário Rich Kleiman. Os dois falavam sobre redes mais atualizados e Dorsey afirmou que não usa nenhum dos produtos concorrentes.
“Eu amo como o Snapchat inovou. Acho que eles são fenomenais. Mas não uso muitos produtos do Facebook. Nenhum, na realidade”, disse o executivo, que acrescentou que se trata de uma “abordagem diferente” da empresa de Mark Zuckerberg.
Os dois executivos têm uma história de trocas de farpas. Dorsey já afirmou que uma vez Zuckerberg serviu para ele, em um jantar em 2011, uma cabra que o próprio Zuckerberg teria matado. O presidente do Facebook estava se alimentando apenas de animais que ele mesmo matava à época, disse Dorsey, que enfatizou que comeu apenas salada naquela noite.
Mais recentemente, Dorsey cutucou Zuckerberg por um discurso que ele realizou na Universidade Georgetown no ano passado, em que defendeu o Facebook por não remover publicidades políticas, mesmo que elas contivessem mentiras. Logo depois do discurso, o Twitter anunciou que não aceitaria mais publicidade política, o que enfatizou a percepção de que há realmente uma abordagem distinta sobre os negócios de ambas as empresas.
De acordo com o portal Business Insider, há também rusgas de Dorsey com um dos fundadores do Instagram, Kevin Systrom. Os dois eram amigos e, quando Systrom fundou o Instagram, Dorsey foi um dos primeiros investidores e um dos usuários mais ávidos da plataforma. No entanto, em 2012, de acordo com o livro ‘No Filter: The Inside Story of Instagram‘, a plataforma foi vendida para o Facebook. Na ocasião, Dorsey ficou sentido com Systrom, que não comentou com ele sobre a venda e nem tentou fazer uma oferta para o Twitter. Desde então, a conta do CEO do Twitter no Instagram segue parada.
Não se pode negar que Dorsey esteja correto quando afirma que sua abordagem e a de Mark Zuckerberg são bem diferentes. Até a estrutura corporativa das duas empresas é diferente: Zuckerberg construiu o Facebook para que ele tenha ações específicas, com poder de voto ampliado. Dorsey, por outro lado, já ficou na berlinda com a atuação de investidores ativistas no início deste ano. Acionistas exigiam dele retornos maiores, em linha com a performance da concorrência. Dorsey, conseguiu um acordo para continuar à frente da rede social. Mas não sem um preço: o Twitter deve ser cada vez mais pressionado a aumentar sua base de usuários e mudar algumas de suas estratégias no negócio.
* Por Thiago Lavado, para Exame.com