Segundo dados da consultoria Gartner, divulgados pela Revista Forbes, o setor de TI deve movimentar US$ 96,4 bilhões no Brasil em 2016. Com o mercado interno aquecido, a internacionalização dos negócios começa a fazer parte da estratégia de crescimento das startups, com destaque para as Edtechs- companhias que atuam com tecnologia voltada à área da educação. É o caso da ClassApp, startup que desenvolveu um aplicativo que cria uma rede de comunicação privada para as escolas. Sediada em Limeira, no interior de São Paulo, a startup dirigida por engenheiros da USP e da Unicamp , lançará nesta semana, seu produto no mercado internacional durante a Bett (British Education Training and Technology), em Londres.
Considerada a maior feira mundial dedicada à tecnologia educacional, a Bett tem início na próxima quarta-feira, dia 20 de janeiro, e vai até o sábado, 23, apresentando novidades e tendências em produtos e serviços do segmento vindos de 700 expositores de todo o mundo. Fundado em 1985, o evento expandiu na mesma proporção que o setor e, na edição deste ano, espera atrair cerca de 30 mil visitantes de 100 países diferentes.
A ClassApp será a única representante do Brasil a expor no pavilhão “Futures”- uma área do evento para onde foram selecionadas apenas empresas essencialmente inovadoras. Segundo os organizadores, o pavilhão contará com 31 startups, que foram escolhidas por uma banca formada por 19 especialistas do setor, com base na relevância das suas soluções para os desafios do ambiente escolar da atualidade. “Nós ficamos muito felizes e orgulhosos com a seleção, pois significa que o nosso produto foi reconhecido por uma banca internacional, como inovador, relevante e de impacto no futuro da educação em nível mundial”, afirma Vahid Sherafat, CEO e cofundador da startup. No Brasil, o ClassApp foi lançado comercialmente há cerca de um ano e já é usado por cerca de 50 mil estudantes de todo país.
Simplicidade
Sherafat credita a escolha para participar do pavilhão “Futures” à simplicidade da solução. Conforme explica, essa característica possibilita que seu produto seja reproduzido e escalonado para ter aderência e atuação global, sem perder em eficiência. “A demanda de comunicação entre as instituições de ensino e as famílias desconhece fronteiras geográficas. E o ClassApp consegue solucionar essa lacuna suprindo as expectativas de colégios e pais, em qualquer país do mundo ”, diz.
De acordo com o professor Newton Campos, professor de Inovação e Empreendedorismo da FGV/EAESP e da IE Business School, estão justamente nas soluções que usam dados e tecnologia para melhorar o cotidiano das pessoas as melhores chances para os brasileiros atraírem clientes no exterior. “Existe uma boa janela de oportunidade para o Brasil na chamada inovação frugal, aquela que propõe soluções de menor custo e menor sofisticação tecnológica para resolver problemas relevantes do dia-a-dia”, observa. Para ele, a crise econômica que o país atravessa não apenas acentua o valor dessas soluções, como também pede um posicionamento estratégico por parte das startups. “Estas empresas ganham importância neste cenário atual, pois podem ser determinantes no aumento da produtividade em todos os setores da economia, devido a sua capacidade de “fazer mais por menos”, finaliza.