Escrevo este texto como uma coluna de opinião.
Notável. No evento que promovemos segunda-feira à noite para comemorar nossa notícia recente, compareceram inúmeros investidore (bem mais dos que investiram no Startupi), empreendedores (inclusive alguns internacionais de destaque), representantes de aceleradoras, incubadoras e parques tecnológicos, profissionais de empresas de tecnologia e outras que nem compõem diretamente o movimento das startups, mas ainda assim estão ligados em inovação.
Há um significado maior por trás disso. Mais de 150 pessoas de diversos estados do Brasil (e três dos EUA) que compareceram para dizer que nosso trabalho é importante e que podemos contar com elas. Nossos sócios Michael Nicklas e Bob Wollheim comentaram sobre isso com um apanhado de como o mercado evoluiu nestes 4 anos de atividade do Startupi.
Fase 1: explorando o território
Do final de 2008 ao início de 2010, o Startupi foi uma iniciativa para gerar impacto, iniciar uma consciência, com a tutela de Michael Nicklas. Inovadores, antes obscurecidos em suas “garagens”, passaram a ter vez e voz, notados como referência e modelo de como construir negócios. Validamos a importância de se entender, mostrar e fortalecer todo um ecossistema. A inspiração veio do Techcrunch, que não apenas retrata como também ajuda a definir o mercado.
Fase 2: desenhando um mapa
De 2010 a 2012, com a vinda de Bob Wollheim, lançamos alguns produtos de conteúdo e eventos que mostraram que há todo um mercado emergente de oportunidades. Validamos nosso próprio modelo, enquanto diversas outras iniciativas começaram a surgir e outros veículos também passaram a tratar destes temas. Vimos a editora sênior do Techcrunch Sarah Lacy abrir seu próprio site, o Pando Daily, também sobre startups mas com uma proposta diferenciada (e 17 investidores, sem conflito de interesse). Aprendemos que há formas diferentes de fazer as coisas também no nosso universo de mídia. Fizemos uma cobertura presencial do evento Disrupt no coração do Valley e promovemos nosso próprio evento em San Francisco. Foi lá que, olho no olho com diversos empreendedores e investidores, concordamos que o mercado brasileiro de startups merece mais, merece melhor, e poderíamos também assumir este compromisso.
Fase 3: pavimentar caminhos e cuidar do trânsito
Traçamos nosso novo plano ainda no vôo de volta ao Brasil (apesar do cansaço) e, chegando aqui, fomos validar com algumas das vozes que aprendemos a respeitar. Em algumas semanas nossa rodada de captação já estava estruturada! Mais algumas semanas de refinamento e tudo confirmado com nossos 20 investidores (número notável até por ser proporcionalmente bem maior que o de investidores do Pando, que está no Valley).
Se em 2008 não havia informação, agora há abundância. Se em 2008 não havia networking, agora há bastante. O número de investidores, empreendedores, tecnologistas, mentores e iniciativas de apoio só cresce. Mas, ainda, as startups brasileiras não são realmente vistas aqui dentro do Brasil (muito menos lá fora) como um motor poderoso, que faça uma grande diferença na economia. Olhando para a sofisticação da economia globalizada e do mercado financeiro, tidos como referência, percebemos que há sim alguma coisa faltando. Estamos validando, com ajuda de nossos investidores e amigos do mercado, a definição deste problema – e como podemos articular uma solução.
Nossa nova fase, recém-iniciada, é em direção a uma Startup Intelligence, expressão que compõe o nome Startupi (startup + i) desde o início, mas não vínhamos enfatizando porque ainda não tínhamos como realmente realizar. Nossa nova fase, simbolizada inicialmente pelo evento que promovemos esta semana, mostra um mercado que se reúne para se articular, um mercado que se une para ser mais inteligente.
Mostra que o mercado está se preparando, como um todo, para mudar de fase. Mostra que uma parte grande e importante do mercado escolheu nos ajudar a tornar nosso mercado muito mais palpável. Em breve, mais notícias sobre isso.