Instabilidades e variações na energia podem ser extremamente prejudiciais para certos modelos de negócios. De olho em mais inteligência na gestão de sistemas elétricos, o produto da Sensorbox, uma das selecionadas para o programa Startup Brasil com bolsa de R$ 192 mil, promete suprir essa deficiência no mercado.
A Sensorbox é formada por dois engenheiros com 17 anos de experiência no mercado de telecomunicações: Carlos Eduardo Pádua Sarcinelli, CEO da Sensorbox, sempre exerceu funções de campo ou em projetos e consultoria nessa área, além de ter vivenciado todos os problemas que a startup se propõe a resolver. Robert Mota Oliveira, que exerce o cargo de CCO, vem de grandes operadoras e exerceu cargos em áreas estratégicas e comerciais. Sediada em Vitória, no Espírito Santo, a empresa atende todo o Brasil – mas diz que pode atender qualquer lugar no mundo, contanto que tenha acesso à internet.
Eu conversei com Sarcinelli esses dias. E olha o que eles me contaram: a Sensorbox já conseguiu um investidor anjo que tem experiência no mercado em que a startup atua – ainda não podemos revelar o nome dele, contudo, e, assim que pudermos, contamos por aqui. Confiram tudo o que a Sensorbox faz.
Produto e mercado
“A Sensorbox desenvolve uma solução que é composta de equipamentos e uma plataforma web, na qual o equipamento é responsável por gerar ações para ligar ou desligar equipamentos por telecomandos e ainda coletar os dados, como energia elétrica, tensão de baterias ou cargas DC, temperatura, umidade, alarmes, entre outros, e enviar tudo em tempo real para nossa plataforma web. Essas informações são inseridas em um banco de dados, a partir do qual alarmes ou alertas para os clientes são gerados sempre que o comportamento de alguns dos itens citados estiver fora de padrões de normalidade.
Por exemplo: não nos limitamos apenas a informar ao cliente que a elegia elétrica no estabelecimento dele caiu; também detectamos oscilações e acompanhamos o funcionamento dos dispositivos como nobreak e geradores, que devem funcionar em casos como esse, assim como o aumento de temperatura dos equipamentos – o que, para alguns negócios, é vital (como restaurantes, floriculturas, açougues, entre outros).”
Diferencial
“Não fazemos somente leitura de dados de infraestrutura, e sim de criarmos modelos matemáticos que possibilitam o reconhecimento de variações que podem comprometer o funcionamento de equipamentos ou serviços nos nossos clientes. Nosso modelo de negócio é baseado na locação dos equipamentos, o que dá a garantia ao cliente de ter sua infraestrutura sempre monitorada sem intervenção humana – o que diminui riscos de falhas e torna o preço atraente.”
Atuação
“Atualmente, temos cerca de 15 equipamentos em testes finais distribuídos no Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco. Esse último Estado é onde se encontra o equipamento mais antigo, há 13 meses funcionando sem nenhuma parada ou travamento, nas mais diversas condições climáticas e problemáticas. Nossa carta de clientes inclui restaurante, provedores de internet, CPDs, órgãos públicos, e a maior empresa de telefonia celular do Brasil.
A empresa está constituída há aproximadamente dois anos, mas não temos colaboradores fixos. Tudo foi gerado por nós e por parceiros que se dedicaram muito para termos tudo operacional. Nosso planejamento sempre foi o de entrar no mercado com uma solução sem falhas – ou que precisasse de “remendos”. Hoje, com equipamentos instalados há mais de um ano sem qualquer tipo de problema, nos sentimos seguros para começar a desenvolver nossa etapa comercial do processo, enquanto paralelamente podemos ainda nos dedicar mais com o apoio do Startup Brasil a desenvolver mais alguns módulos e sensores de grande importância para o mercado. A ideia também é trabalharmos ainda mais na inteligência embarcada em nossa plataforma web, aumentado a previsibilidade da mesma na detecção de problemas.”
Ideia
“Começamos a desenvolver o conceito em 2011; primeiro, entendemos as necessidades mais urgentes e como poderíamos resolvê-las sem criarmos soluções de alto custo. Em novembro de 2011, começamos a ter um primeiro ambiente de testes, com resultados ainda precários – mas que já nos apontavam o caminho a ser seguido.”
Foco na infraestrutura
“Nosso objetivo e gerar meios para que as empresas possam cuidar e controlar o que têm de mais importante, que é a infraestrutura que atende a suas necessidades. Do que adianta ter os melhores equipamentos de transmissão, as melhores torres, as melhores antenas, se uma operadora de celular não sabe ou não cuida da energia elétrica que alimenta isso tudo? Ou não tem o controle de como estão as baterias de sua estação, que é o que faz com que tudo funcione quando falta luz? Ou um restaurante que armazena alimentos como carnes e outros perecíveis, se o mesmo não abre aos domingos e um disjuntor cai no sábado à noite e só na segunda apenas confirmará o prejuízo? Sem citar o efeito moral da empresa, já que um laboratório, por exemplo, teria que chamar todos os clientes para refazer exames se tivesse o local de armazenamento comprometido pela elevação da temperatura.”