A Dr. Jones, marca de higiene e beleza voltada para o público masculino, recebeu um aporte de R$ 6 milhões liderado pela Igah Ventures. A rodada também teve a participação da Astella, Norte Ventures e IgniteXL. Fundada em 2013, a empresa começou com um modelo de distribuição mais tradicional através de revendedores e varejistas em um formato B2B2C (business-to-business-to-consumer) predominantemente offline.
“Em 2019 compramos uma startup que era um clube de assinaturas de aparelhos de barbear, e ao unir os negócios, migramos para um modelo B2C direto e com foco no digital. Hoje 99% das nossas vendas vem do nosso e-commerce e oferecemos também o serviço de assinatura (reposição automática) de produtos além do “one-time purchase” (compra única)”, contou Guilherme Campos, fundador da Dr. Jones.
Este não é o primeiro investimento recebido pela empresa. Em dezembro do ano passado, captou o primeiro aporte institucional, também feito pela Astella e IgniteXL. Desta vez, o capital será destinado para três frentes: a de produtos (que envolve os setores de estoque e lançamentos), marketing e time.
E-commerce com serviço de assinatura
Guilherme conta que o processo de migração das lojas físicas para o e-commerce, implementado no final do ano passado, foi relativamente rápido. “Já tínhamos uma volume de vendas relevante no mundo online, mas sempre através de revendedores/varejistas. O desafio principal foi trazer para o nosso site uma base de consumidores já existente mas que estava dispersa, que comprava nossos produtos nas lojas dos outros e por isso não tínhamos nenhum dado nem acesso direto”.
Com o foco totalmente voltado para o virtual e mesmo durante a pandemia, a startup tem registrado um crescimento médio de 35% ao mês desde fevereiro de seus serviços. Um deles é o de assinatura (ou reposição automática), que compreende quase todos os produtos da marca.
“Não somos um ‘clube de assinaturas’ e então o consumidor pode comprar os produtos no formato de “one-time purchase”, mas se ele preferir, pode escolher a opção de reposição automática para receber o produto a cada 1, 2, 3 ou 4 meses. A previsibilidade na receita tem muito valor para a empresa, e por isso conseguimos repassar parte do benefício para o consumidor e oferecemos 15% de desconto para assinantes”, explicou Campos.
Trabalho ativo nas redes sociais
Por ser uma marca DTC (direct-to-consumer), as redes sociais são fundamentais para o sucesso da startup. Segundo o fundador, a base desse formato consiste em ouvir o que o consumidor deseja, sempre o colocando no centro de tudo o que a Dr. Jones faz.
“As estratégias nesse caso são muito pensadas no que ouvimos de feedback das pessoas. Então tudo o que publicamos é uma resposta direta a uma necessidade previamente expressada pelo consumidor. E o resultado dessa estratégia tem sido excelente. A nossa última campanha, baseada nesse formato, contribuiu para um aumento de 114% nas vendas, com o número dos pedidos crescendo em 69%”, comemorou.
Guilherme reforçou que a empresa possui como uma de suas missões oferecer soluções de alta performance para todos os homens. “No final do dia, independente do perfil do consumidor, nossa proposta é atender a todos que se sentem refém de uma categoria dominada por uma ou outra marca. E a qualidade dos produtos versus o preço competitivo que conseguimos cobrar por ser uma marca DTC tem surpreendido muito os consumidores, que ativamente vem nas nossas redes sociais elogiar a nossa proposta”.
Por fim, destacou o foco da companhia continuará sendo o serviço digital, mas sem esquecer da importância que a loja física também representa para os negócios. “A pandemia acelerou a digitalização, e na nossa visão é um caminho sem volta. Vamos continuar focando muito no digital porque é onde está a maior oportunidade, mas acreditamos que o mundo offline ainda seja totalmente complementar e estratégico na construção de uma marca digital. Considerando um cenário sem quarentena, vamos voltar a investir mais em marketing e brand experience no mundo offline”, finalizou.