Estamos tão acostumados a ouvir as vantagens de se empreender no Vale do Silício, em Santiago ou em Londres, que às vezes acabamos deixando de comentar os diferenciais competitivos do nosso país. “O Brasil é o maior mercado da América Latina e vimos uma oportunidade por aqui, mas minha experiência também mostra que a cultura do trabalho no Brasil é diferente do resto da América Latina. O brasileiro é muito profissional e assim fica mais fácil de trazer uma empresa pra cá”, conta Pablo Aquistapace, CEO da argentina Eventioz, que faz gerenciamento, organização e venda de ingressos para eventos.
Para aterrissar no Brasil, a Eventioz recebeu um aporte de US$ 1,5 milhão da Kaszek Ventures –a empresa tem quatro anos de fundação e já atua no Chile e no México, além da Argentina. Por aqui, eles abriram um escritório em São Paulo, que já tem sete funcionários trabalhando para o desenvolvimento comercial e de marketing da companhia.
“O tamanho do mercado brasileiro também nos interessa, em especial para a indústria de eventos. Temos concorrentes por aqui, mas decidimos vir. Os nossos clientes estavam pedindo para a gente oferecer o nosso produto no Brasil”, explica Pablo, com quem falei por telefone ontem. “Os eventos são mais populares aqui e o brasileiro tem mais predisposição de participar de ações sociais, educativas, de capacitação.”
Mas a burocracia local não atrapalha? Pablo diz que os trâmites burocráticos são muito parecidos em toda a América Latina, então não fez muita diferença. “No Brasil, tivemos algumas dificuldades nos trâmites bancários, mas em termos gerais é mais ou menos o mesmo do que nos outros mercados. O Chile é uma exceção, mas ainda sim existe burocracia por lá”, contou o fundador.
Sabendo que tem concorrência local, Pablo conta que a Eventioz se diferenciará com a experiência de cinco anos no setor e a ferramenta em si. “Não fazemos só a venda de ingressos, nós facilitamos a gestão dos organizadores. Toda a nossa plataforma tem foco em ajudar os administradores a gerenciar as informações do evento”, diz o empreendedor, que também criou uma startup de tecnologia e saúde na Argentina.
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