Helisson Lemos é o responsável pelas operações do MercadoLivre no Brasil e tem muito a dizer sobre o financiamento de novas ideias. Neste texto, o executivo fala sobre o recém-criado MercadoLibre Commerce Fund, que destinará US$ 10 milhões às startups (leia nossa cobertura aqui), e dá algumas dicas bem básicas para quem quer conseguir um aporte do fundo.
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Fundos de investimento ajudam no desenvolvimento de novas ideias
Por Helisson Lemos
Muitas estão sendo as apostas atuais dos fundos de investimentos em startups. Empresas privadas e até o Governo têm lançado campanhas de incentivo ao desenvolvimento de novas ideias, nas mais diversas áreas de negócios. E são as startups de tecnologia que têm se destacado e gerado mais casos de sucesso de empresas que engrenam e se desenvolvem no mercado.
Investir nessas startups pode ser um negócio lucrativo, pois futuramente – e falo de um futuro próximo – elas podem valer muito dinheiro, como é o caso do MercadoLivre, do Facebook, do Google e de muitas outras. Mas quem são os responsáveis por dar essa primeira ajuda a essas iniciantes? Atualmente, existem fundos, chamados de seeds ou angels (investidores pessoas físicas) que são investidores iniciais. Em geral, são eles que identificam bons negócios e fazem o primeiro aporte em startups que se encontram em estágio inicial de desenvolvimento.
As empresas que se desenvolvem, e dão sinais claros de evolução e potencial de crescimento, na maioria das vezes conseguem outras oportunidades de investimentos por meio dos Venture Capitals. E após seu amadurecimento elas passam a contar com recursos vindos das Private Equity ou dos bancos de grande porte.
Existem também empresas que optam por lançar fundos de investimentos para incentivar essas startups a ajudarem no desenvolvimento do seu próprio negócio. Como é o caso do MercadoLivre, que recentemente apresentou ao mercado o MercadoLibre Commerce Fund, que tem como objetivo capitalizar empreendimentos em estágio inicial, que explorem e usufruam das APIs (Application Programming Interface) da empresa, além de ajudar essas novas companhias em seu amadurecimento, preparando-as para a próxima etapa de aportes: o Venture Capital.
Nesse caso, para conseguir o aporte do MercadoLibre Commerce Fund, que inicialmente será de R$ 100 mil a R$ 200 mil, o MercadoLivre pede às startups que apresentem projetos tecnológicos inovadores e de excelência para todo seu ecossistema: MercadoLivre (marketplace), MercadoPago, MercadoShops, MercadoEnvios e MercadoLivre Advertising. Eles passarão primeiramente pelos programadores da empresa e devem ter como premissa o uso correto e inteligente das API’s da empresa (acesse aqui developers.mercadolibre.com), que já são públicas desde 2012. Outro ponto de destaque é que os aportes também privilegiarão empresas que já trabalham e contribuem para o desenvolvimento da plataforma do site.
O próprio MercadoLivre em seu surgimento, em 1999, contou com a ajuda de fundos de investimentos. No mercado existem muitos fundos em busca de ideias geniais. O grupo Rocket Internet, por exemplo, no Brasil, apoia mais de dez empresas de segmentos como o e-commerce (Dafiti e a loja online de móveis Mobly) e um app de busca de táxis. O Atomico também tem aportes em empresas como, por exemplo, a criadora do game Angry Birds. No Brasil, a Connect Parts, especializada em itens para veículos, é uma das investidas.
Outros exemplos são: o Redpoint eVentures, que já investiu em companhias da área de internet, mídia e mobile. A 500 Startups, que aposta em serviços financeiros, e-commerce, educação e saúde; a Monashees Capital, internet e educação; a Fir Capital, em comparador de fretes e a distribuidora de vídeos online; a Confrapar, que é focada em empresas de TI e de comunicação; a Trindade Investimentos, focada em aportes para startups de tecnologia; a e.Bricks, que atua no mercado de e-commerce segmentado, mobile e mídia digital; a DGF Investimentos, que privilegia pequenas empresas com faturamento de até 10 milhões de reais; a Tiger Global, que tem como foco de atuação imobiliária, telecomunicação, energia, mídia e varejo; entre muitas outras. Como podemos notar o mercado para startups é muito promissor. As oportunidades existem, mas os empreendedores não podem abrir mão do talento, determinação e visão de mercado.
*Alguns dos investidores citados no texto fazem parte da nova estratégia do Startupi. Leia mais aqui