A aceleradora Viking será lançada amanhã na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, com o foco nas startups da região. Para dar a vocês uma prévia do que será anunciado, conversei com Paulo Milreu, diretor do conselho de administração da aceleradora. Paulo lidera a iniciativa ao lado de Pedro Gadelha –os dois são conhecidos pelo trabalho como empreendedores e investidores.
O evento de lançamento
O lançamento será feito em um evento na Universidade do Sagrado Coração, em Bauru mesmo, e os interessados podem se inscrever aqui, gratuitamente. Haverá palestra do empresário e investidor Anderson de Andrade, fundador e sócio da A2C Agência de iDeias e do Clube dos Autores. Direto de São Paulo, Cassio Spina (Anjos do Brasil*) fará uma participação por meio de videoconferência.
Serão divulgados detalhes do programa de aceleração e será aberto o processo de cadastramento de empreendedores interessados.
Quem são os fundadores
Pedro é fundador e CEO da aceleradora e já foi sócio de várias empresas da região de Bauru. Já o Paulo tem experiência de mais de 20 anos no mercado de tecnologia e criou uma startup de mídias sociais, que foi vendida a um grande grupo em 2011. “Constituímos a aceleradora com cinco empresas como sócias e existe um modelo de administração, com um conselho”, explica Paulo, sobre a sua atuação.
Na Viking, os empresários participantes funcionam como membros de uma associação –são 25 pessoas envolvidas e o grupo está crescendo, diz o sócio. Esses empresários são os investidores da aceleradora (é o dinheiro deles que será investido nas startups), formando uma espécie de crowdfunding. “Há seis meses, todo mês, os membros se reúnem e discutimos os caminhos que serão tomados. Nesses encontros, reforçamos que a busca do nosso retorno é a longo prazo”, avisa Paulo.
Por que a região de Bauru?
“A região tem um conjunto de universidades bem interessantes para o setor de tecnologia, de comunicação, e até mesmo administração. Temos, numa região de 100-150km, um bom conjunto de universidades estabelecidas e a gente tem empresas estabelecidas aqui que atuam no mercado nacional digital. Temos uma empresa de 700 colaboradores, que atende Intel, Microsoft, etc. São empresas que atendem grandes grupos brasileiros.
Essas universidades formam bons profissionais. Nesse processo de formação da Viking, ainda sem divulgar a ideia, já recebemos mais de 70 projetos e ideias de startups para começar a conhecer. Todo dia tem gente nova chegando e acreditamos que temos um bom celeiro de ideias e profissionais”, afirma Paulo.
Segundo ele, a ideia da Viking é, também, ensinar empreendedorismo para quem vive no interior de São Paulo. “Ainda existe uma dificuldade de entendimento, de entender o que é uma aceleradora e de saber que é possível obter investimento externo. É uma realidade distante para algumas pessoas.”
Como a Viking vai se diferenciar e se posicionar no mercado de aceleradoras?
“Acreditamos que o nosso grande objetivo é a capacitação empreendedora. Não só a questão de acelerar e escalar as startups, mas fazer a capacitação de profissionais e futuros empreendedores.
Temos também a rede de investidores e mentores. Já temos representantes em duas outras cidades (além de Bauru) já com alguns trabalhos e a gente pretende escalar a própria Viking através de unidades em cidades do interior, para formar uma rede maior”, conta o sócio.
Que tipo de startups a Viking quer acelerar?
Segundo Paulo, o foco é “buscar empresas ou ideias e projetos que trabalhem soluções escaláveis para software e web.” Ele conta que a startup não precisa ter sido criada em Bauru, mas tem que operar num raio máximo de 50 a 70 quilômetros da região.
Como funcionará o programa de aceleração?
Nas palavras do Paulo:
“Nós vamos colocar o capital semente, haverá um programa de aceleração de 200 horas e vamos disponibilizar espaço físico para as empresas. Fora isso, queremos oferecer mentoria para além do programa de 4 meses e o espaço deve ser das startups por mais tempo também, algo como 12 a 18 meses.
Queremos manter as startups próximas, para sermos sócios responsáveis e comprometidos. Não queremos levar a startup até o demo Day e deixar de lado depois disso.
O valor do capital semente vai variar. Vamos tomar as decisões sobre o porcentual de participação na empresa baseados em caso a caso. Inicialmente, vamos acelerar até cinco startups, para validar o modelo da própria Viking e o programa de aceleração.
Amanhã, vai ao ar o site da aceleradora e ele vai ter o formulário já para quem quiser ser da primeira turma. Amanhã também vamos divulgar as datas específicas do processo.
*Membros da Anjos do Brasil são investidores do Startupi
Foto: Adam Bronkhorst