A Shoes4You anunciou o fim de suas atividades, mas o modelo de clube de assinaturas para comprar sapatos ganha uma segunda chance no Brasil com o Clube do Sapato, que teve seu pré-lançamento hoje para 2 mil mulheres que se cadastraram previamente. A nova iniciativa é bancada por três investidores anjo: Tiago Luz, João Kepler e Tiago Baeta.
No Clube do Sapato, as clientes poderão escolher entre três planos de assinatura mensal, de acordo com seu perfil, e com valores que variam de R$ 80 a R$ 140. A loja virtual também estará aberta a quem não se tornou sócia do site, que poderá fazer as compras pelo preço normal de varejo do projeto. A empresa também tem uma rede social interna sobre moda, cartões de presente, descontos com parceiros e sorteios e promoções.
Os investidores não divulgam o valor aportado, mas dizem acreditar que o modelo de assinaturas não está acabado no Brasil. Em comunicado divulgado, a empresa fala sobre a preocupação que teve em todos os pontos da operação, para não ter um fim parecido com o da Shoes4You.
“Um dos problemas alegados para o fechamento da Shoes4You foi o modelo de negócio assinaturas que teria fragilidade na operação no Brasil, apesar de terem 15 mil assinantes cadastrados com um faturamento de R$ 5,5 milhões anunciados em 2012. Segundo a empresa, o maior problema que ocasionou o fechamento foi uma falha de sistema e uma quebra da recorrência, ou seja, uma parte das clientes negavam a transação diretamente com o banco, mas continuavam como sócias no sistema e retirando os sapatos. Além disso, com um uma margem muita apertada, com alto custo de aquisição de clientes e prejuizo na operação, obviamente que uma empresa com vários investidores estava pressionada por resultados”, diz o comunicado divulgado pelo Clube do Sapato.
Se colocando na “via contrária” da Shoes4You, o clube afirma que sua primeira decisão para não prejudicar a operação foi usar um sistema de recorrência inteligente montado em parceria com o Moip, “com o modelo de debito mensal sem comprometer o limite do cartão de credito dos clientes e não correr o risco de enviar a mercadoria sem receber por isso”. O Clube do sapato também afirma ter buscado um equilíbrio em relação ao planejamento de estoque, os custos da operação e o limite programado da quantidade de planos iniciais.
“Escolhemos bem os empreendedores que desenvolveram o projeto e a composição societária adequada para abrir essa operação no Brasil. Somos um time que tem infraestrutura, conhecimento, logística, knowhow em e-commerce e muita capacidade de trabalho”, afirma João Kepler, que também é CEO do Show de Ingressos e investidor da Hand Talk.
Foto: Andrea Rinaldi/Flickr (Acesse o original)
5 comments
Tenho uma dúvida, o modelo de negócios por assinatura que não deu certo no Brasil ou o modelo de negócios com o nicho sapatos que não caiu no gosto do brasileiro?
Ou o modelo de negócios da Shoes4You não deu certo.
Acreditamos no erro da Shoe4You que tinha investimento e um longo caminho a percorrer;
como descrito no site: http://www.assinaturarecorrente.com/
Esse é o caso do Oceano Azul com um problema sério de billing + inteligência do produto. Se informaram ao mercado que estavam entregando sapatos sem cobrar, é um erro clássico de tecnologia. Quando perceberam não dava para voltar mais
Eles focaram em sapatos, e não deram imprtância à Assinaturas, que era na verdade o "Core Business" deles.
Rodrigo http://www.vindi.com.br
Um dos grandes problemas da Shoes4You, ao que parece e olhando pelo que eles afirmaram à época, foi não ter tido um bom sistema capaz de fazer a ponte entre a operadora do cartão de crédito e o back-office. Assim que as transações fossem negadas, essa informação já tinha que ir para o sistema de gestão – que então suspenderia a assinatura.
O modelo de assinaturas ainda está pouco desenvolvido no Brasil, mas já existem cases interessantes, como a Wine e a Have a Nice Beer, além de centenas de outros clubes menores, mas com bom número de assinantes – que vão de café a esmaltes.
Carlos – http://www.superlogica.com/assinaturas
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