Tomei um café esta semana com Renato Shirakashi, da Direct Labs. Fiquei sabendo que ele está indo para Las Vegas, participar de um torneio de Poker. Sou só um amador, vou lá só pra conhecer o lugar mesmo, disse ele. Em sua história como empreendedor, no entanto, Renato tem apostado alto, mas não tem nada de amador.
Quando sua empresa anterior, Via6, recebeu o aporte de capital da Confrapar, eu escrevi no meu blog dois artigos, um sobre o risco do capital de risco pontuando os lados bons e ruins de receber um aporte vultoso como eles receberam, e outro post com comentários do próprio Renato, do pessoal da Confrapar e outros empreendedores sobre o assunto.
Achei muito interessante voltar a falar com o Renato depois de dois anos e meio do recebimento deste aporte e pouco mais de um ano de lançamento da Direct Labs, junto com seu sócio e amigo de infância Diego Monteiro e com o apoio e sociedade do Grupo Direct, que por sua vez é apoiado por investimentos da Rio Bravo, DGF Investimentos e CRP Companhia de Participações.
Como qualquer bom jogador, Shirakashi sabe bem as regras do jogo: fazer um produto para o consumidor final, como é o objetivo da Via6, requer um alto investimento de capital, mas envolve ganhos potenciais enormes. Altos riscos, altos ganhos. Já serviços para o mercado corporativo em geral envolvem menos riscos e, já que estamos rentabilizando desde o primeiro mês, um trabalho com menos pressão.
Comparando as duas experiências, Renato diz que o venture capitalist está muito mais preocupado com rentabilização e valuation [valor da empresa no caso de uma potencial venda] e isso gera muitas expectativas de curto prazo. Gosto muito mais do outro mundo [de serviços para o mercado corporativo], porque a gente pode desenvolver uma empresa com solidez, a longo prazo, e sem tanto estresse.
Mas não é só de serviços que vive a Direct Labs. A partir de soluções para suas próprias necessidades internas, eles desenvolveram uma tecnologia de monitoramento de redes sociais que puderam transformar em produto para o mercado, chamado Scup. Depois de um período de testes fechado, o serviço foi lançado como uma spinoff (independente da marca sob a qual estava anteriormente) e teve um bom sucesso inicial, principalmente entre agências digitais.
Com uma equipe bastante enxuta, Renato diz que estratégia é importante, mas é na execução que está o segredo.No final das contas, a estratégia é tentar prever coisas que podem acontecer ou não; já a execução, aquilo que você vai fazer de fato, você pode controlar, diz ele. Ele sabe bem que, assim como no poker, o empreendedor precisa saber fazer a melhor jogada possível com as cartas que tem na mão.
Confira o blog do Renato Shirakashi. No Twitter, siga @renato_shira e @scup_.