*Por Exame.com
Como identificar uma ideia de negócio promissora? Para os empreendedores experientes, com visão e “faro”, identificar uma ideia de negócio promissora pode até ser tarefa simples, mas para iniciantes trata-se de um desafio que deve ser encarado com extremo cuidado. Chancelar uma ideia com o carimbo de “negócio promissor” requer muito trabalho e disciplina, sem emoção e otimismo, o que é bastante raro em empreendedores brasileiros.
Costumamos encarar nossas ideias como algo genial e infalível, e não apenas como uma hipótese para um novo negócio! Sim, porque, por mais que a ideia seja analisada e atenda a diversos requisitos, o teste real e definitivo vem apenas com o negócio rodando. Sempre haverá um bom grau de incerteza e risco em qualquer negócio, principalmente nos novos.
Para uma boa ideia virar negócio, devemos superar algumas etapas. A primeira é quase uma análise exploratória, requer muita pesquisa e pouco investimento, mas é justamente onde a maioria das ideias sucumbe. Dependendo da ideia, esta primeira etapa pode indicar a necessidade de estudos mais detalhados e aprofundados, como pesquisas de mercado ou testes em laboratório.
Veja algumas perguntas que você pode se fazer sobre sua ideia de negócio:
1. Qual será o seu mercado/público?
2. Ele precisa do seu produto ou serviço?
3. Por que as pessoas ou empresas comprarão de você?
4. O seu posicionamento de mercado o situará num oceano azul, ou seja, o seu produto ou serviço será valorizado e percebido de maneira diferenciada?
5. Quem são os seus concorrentes no mundo e quais serão suas possíveis reações?
6. Quais são os seus riscos: tecnológico, regulatório e de execução?
7. Submeta sua ideia ao crivo do tempo: avaliando sua viabilidade no curto, médio e longo prazo.
8. O seu negócio é escalável? Ou seja, a sua ideia é facilmente replicável e tem alto potencial de crescimento?
9. A sua ideia realmente será percebida como algo de valor pelo mercado ou durará apenas enquanto novidade?
10. Esse negócio estará alinhado aos seus valores internos, ou seja, você se realizará ao executá-lo?
Há inúmeras questões a serem analisadas em detalhes. Na fase inicial, que chamo de exploratória, é muito comum os empreendedores se fecharem, com medo de que alguém roube sua ideia genial. Nada mais equivocado, pois ao expor sua ideia o empreendedor coleta informações essenciais para amadurecê-la e desenvolvê-la. Compartilhe, principalmente com pessoas experientes na área na qual pretende atuar, pois elas lhe fornecerão dados e opiniões valiosos. Ouça com atenção e procure solucionar os problemas apontados por terceiros.
A última etapa é a elaboração do plano de negócios, que deve ser minucioso e bem elaborado. Este é o momento de definir se a ideia tem potencial para se tornar um negócio sustentável ou se ela é inviável.
Agora, mais importante que a ideia em si, é a forma como é colocada em prática para que seja valorizada e consumida pelo mercado. Uma mesma ideia pode prosperar ou fracassar, dependendo da visão do empreendedor ao definir a sua forma de implantação.
Outro fator é o apego à ideia original. Isso pode levar ao fracasso, então é importante ter flexibilidade para adaptar, mudar ou até reinventar a ideia original, em função do mercado. O foco deve ser na oportunidade, e não na ideia em si. Mude. Aproveite a oportunidade. Não teime em querer convencer o mercado de que você é quem está com a razão.
Há muitas oportunidades. Permaneça atento e mantenha a sua curiosidade intelectual em alta. As ideias surgirão!
*Escrito por Antônio Carlos Guarini Perpétuo, especialista em empreendedorismo e dono da rede de franquias Supera Ginástica para o Cérebro. Editado por Mariana Desidério, da Exame.com