Em números divulgados pela Telefónica ao Startupi, podemos ver que as mulheres ainda são minoria na Campus Party — apenas 25%. Ao passar pela área das Startup&Makers, é possível ver que ali o número também se reflete. No entanto, apesar de serem minoria, as empreendedoras não são poucas. Na foto acima, que tiramos com as startupeiras da Campus, você pode conferir ao menos 24.
E tem mais: muitas são CEO, fundadoras, ou ainda ocupam cargos de imensa responsabilidade em suas empresas. Conversamos com algumas delas para ouvir sua opinião sobre o lado feminino do mundo startupeiro.
Fernanda Seco, Comunity Manager brasileira do Yelp, acredita que hoje os tabus com mulheres no empreendedorismo já são quase nulos. “Tudo está mais simples. As mulheres têm interesses e habilidades parecidas com a dos homens, inclusive nas partes técnicas. Há mulheres criativas e inovadoras, e também há boas engenheiras, boas desenvolvedoras”, comenta.
Já Natália Macedo, da Ballerini, acredita que ainda faltam empreendedoras. “Eu e minha sócia temos um espírito mais aventureiro do que a maioria. Empreender é não saber o que vai acontecer, e essa falta de segurança assusta muitas mulheres, que procuram mais por estabilidade”, diz.
Para Natália, há empreendedoras, mas a maioria delas acaba mantendo os negócios de forma informal. “Há muitas que fazem uma bolsa, vendem legal e tal, mas não tornam isso de fato uma empresa e não fazem nada para o negócio crescer”, comenta.
A cofundadora do Cabe na Mala, Marcela Kashiwagi, também acredita que o mundo empreendedor é majoritariamente masculino, mas não encara isso como algo de todo negativo. “Neste cenário, as mulheres acabam levando vantagens para se destacar e ganhar mais atenção até da mídia”, comenta.
Para ela também faltam referências de empreendedoras de sucesso no Brasil e no mundo: “Quanto mais mulheres empreendendo, mais cases femininos de sucesso teremos, e mais empreendedoras irão aparecer” A Cabe na Mala participa do SEED e atualmente está no San Pedro Valley. Quando questionada sobre a quantidade de mulheres no local, Marcela diz que há poucas garotas por lá. “Acho que Belo Horizonte em geral é una cidade bastante masculino, temos algumas empreendedoras no SEED, vamos ver se nosso trabalho atrais mais mulheres”, brinca. Segundo Natália, os maiores desafios encontrados até agora estavam relacionados a sua juventude (de 29 anos). “No mercado de calçados há muita gente experiente, que acaba não te dando tanta credibilidade. Mas, nunca tive problemas com o fato de ser mulher”, diz.