No mundo do venture capital, o primeiro trimestre de 2023 foi caracterizado por um cenário desafiador, seguindo a tendência do panorama do ano anterior. No entanto, na segunda metade do segundo trimestre, à medida que as economias globais começaram a mostrar pequenos sinais de melhora, o setor de capital de risco no Brasil demonstrou resiliência, fechando o primeiro semestre de 2023 com uma tendência a um otimismo cauteloso. Isso é o que aponta o novo report da Bossanova Investimentos sobre o assunto.
De acordo com a plataforma global Carta, que realiza a gestão de ações e instrumentos de capital, as startups americanas que captaram investimentos no segundo trimestre de 2023 registraram um aumento nos valuations em comparação com o primeiro trimestre. Esse aumento nos valuations também foi observado nas startups da América Latina, que tiveram em junho o segundo melhor mês do ano, captando um total de US$ 441 milhões em 84 rodadas, conforme registrado pela plataforma Sling Hub. O estágio mais comum dos investimentos foi o seed, com uma média de US$ 7 milhões por rodada, considerando investimentos em rodadas de equity, captação de fundos diretos e dívidas.
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“O early-stage, embora também tenha sido afetado [pelo recuo recente de investimentos], obteve bons patamares. Fundos maiores, que, em geral, costumavam investir em rodadas acima de Séries A, começaram a soltar “cheques” de menor valor com foco em estágios anteriores, como seed e pré-seed, no qual a Bossanova sempre apostou. Os números ao longo de 2022 da Bossanova — que investe apenas
nestes estágios — mostram isso”, diz Lilian Natal, Diretora de Marketing, Produto e Relações com Investidores e Startups da Bossanova.
Venture Capital está investindo fortemente em fintechs
Quanto aos setores que mais receberam investimentos na América Latina, as fintechs lideraram, representando 41% do volume total captado, seguidas pelas proptechs, com 26%. Outros segmentos representaram menos de 10% do montante captado. No Brasil, especificamente, os três maiores aportes foram feitos nas fintechs Superlógica (US$ 30 milhões), VIP e (US$ 22 milhões) e Asaas (US$ 20 milhões).
Apesar de apresentar números inferiores em comparação ao mesmo período do ano anterior, o cenário de venture capital no Brasil no primeiro semestre de 2023 ainda exibe perspectivas promissoras. Segundo o relatório do Distrito, os investimentos em startups brasileiras caíram 51,4% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto o número de aportes teve uma queda de 63,2%. Ao longo do primeiro semestre de 2023, as startups brasileiras conquistaram um total de US$ 778,1 milhões em investimentos através de 199 rodadas de investimentos.
Porém, é importante ressaltar que o segundo trimestre registrou uma melhora significativa, com um total de US$ 384,7 milhões investidos em cerca da metade das rodadas, indicando uma recuperação gradual. O setor de fintechs foi o mais destacado, recebendo um volume de US$ 185,9 milhões, seguido pelas energytechs, que captaram um total de US$ 149,2 milhões em investimentos.
O aumento do volume investido em junho foi notável e sinaliza uma tendência de melhora contínua. Além disso, observou-se que o segmento de early stage, que compreende investimentos em estágios iniciais das startups, sofreu menos com o mau humor do mercado, contribuindo para impulsionar o volume total de investimentos.
Diante desse cenário, o mercado de venture capital no Brasil demonstra resiliência e aposta no potencial das startups e empreendedores locais, evidenciando que, mesmo em meio a desafios, há oportunidades para inovação e crescimento no país. Os investidores seguem atentos às tendências do mercado e as perspectivas futuras, e essa cautela otimista alimenta a esperança de um fortalecimento ainda maior do setor ao longo do segundo semestre de 2023.
Para conferir o relatório na íntegra, acesse aqui.
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