* Por Henrique Carbonell
Hoje, querendo ou não, o pequeno varejista está cercado por inúmeros dados na gestão de seu negócio. Vendas, fluxo, estoque, logística, marketing e preço são apenas alguns exemplos de análises que o empreendedor precisa fazer – e a grande maioria não está preparada para isso.
Há uma informação específica, contudo, que pode revelar muito mais do que mostra, facilitando inclusive no relacionamento com seu público consumidor: a gestão financeira. Saber a quantidade de transações, o volume faturado e outros indicadores é vital não só para construir uma empresa de sucesso, mas para se aproximar de seus clientes.
Não é fácil. A gestão financeira é uma das tarefas mais complexas para o pequeno e médio varejista. De um modo geral, eles possuem um fluxo de caixa extremamente desvantajoso, com o prazo de pagamento muito menor do que o prazo de recebimento das mercadorias.
É fundamental manter a atenção no caixa, mas nas lojas ocorrem centenas de transações por dia, o que torna difícil consolidar e estruturar esses dados para que virem insights valiosos na estratégia. No fim, ele pode se perder em resultados, não conseguindo enxergar o seu desempenho no mercado.
O empresário que busca fazer tudo sozinho perde muito tempo buscando e consolidando informações – quando consegue, o timing para a tomada de decisão já passou. Para resolver isso, o apoio da tecnologia é essencial. Por meio de plataformas de gestão, o varejista consegue acompanhar seu controle financeiro, desde a conferência do fechamento de caixa até a DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), passando pela necessária prática de conciliação de cartões. Além disso, consegue ter um acompanhamento da evolução de vendas, do ticket médio, metas por loja e/ou vendedor, entre outros indicadores.
Dessa forma, além de auxiliar o empresário a ter uma visão mais transparente e fácil da sua gestão financeira, esses indicadores impactam também a forma como a empresa pode se relacionar com os clientes. Isso porque é possível cruzar informações financeiras, como o valor médio gasto por transação, com dados sobre o comportamento dos seus consumidores. Ao saber quanto, como e quando os usuários consomem de sua loja, fica mais simples criar ações e campanhas que estimulem as vendas e melhorem a experiência de todos durante o processo de compra. Quanto menos ruído o cliente encontrar no local, mais confiante ele ficará para pegar o produto e passar pelo caixa.
Isso só é possível, claro, quando todos os processos de gestão estiverem automatizados. Enquanto esse profissional ainda se mostrar reticente com a evolução tecnológica, ele seguirá atrás da concorrência e, pior, perdendo dinheiro nas transações e com a dificuldade de conversão de novos clientes.
A tecnologia permite que o empreendedor tenha tempo para fazer o acompanhamento de performance adequado de sua loja, pensando e detalhando estratégias que melhorem o atendimento e a experiência do consumidor. Em suma: fazendo aquilo que ele sabe fazer de melhor.
Os dados já fazem parte do dia a dia dos varejistas. Saber trabalhar com eles é o que diferencia uma loja de sucesso. É preciso enxergar as informações adequadas para a particularidade do negócio e, a partir delas, tomar decisões cada vez mais estratégicas e assertivas.
Neste sentido, não há nada mais revelador para um empresário do que a gestão financeira, permitindo não só controlar a saúde de sua empresa, mas encontrar a melhor forma de se relacionar com seu público. Ao fazer isso, ele finalmente dará um passo importante para a consolidação em seu segmento e o crescimento sustentável nos próximos anos.
* Henrique Carbonell é CEO e Co-founder da F360°, responsável por transformar a gestão de negócios do pequeno e médio varejista.